Coronavírus: Mariana inicia rodízio em supermercados a partir desta quinta-feira

Mariana, na região Central de Minas, implantou ontem um rodízio para realização de compras nos sete maiores supermercados do município. Estabelecimentos estão obrigados a controlar a entrada de clientes pelo CPF: em dias ímpares, quem tem documento terminado com 1, 3, 5, 7 ou 9 pode ir às compras; em dias pares, é a vez dos que têm CPF com final 0, 2, 4, 6 e 8.

A determinação foi publicada no “Diário Oficial” da cidade na última terça-feira e se deve à elevação no número de casos de Covid na cidade, segundo o secretário municipal de saúde, Danilo Brito. “Na segunda quinzena de dezembro, temos um aumento na procura pelos supermercados”, justificou, em referência às compras para festas de fim de ano. Ele também teme que o aumento do contato entre as pessoas nas confraternizações aumente ainda mais o número de casos.
Ele destacou que a cidade está na onda amarela do programa Minas Consciente, mas, caso atinja a fase mais restritiva, a determinação pode ser aplicada a todo o comércio. O secretário avaliou como positivo o primeiro dia da novidade.
Supermercados colocaram cartazes na porta das lojas explicando como vai funcionar o rodízio e escalonaram funcionários para fiscalizar a entrada e orientar os clientes. “Tive que aderir porque fomos obrigados”, reclamou Cleber Likini, dono do supermercado Eldorado. Ele argumentou que filtrar a entrada pelo número do CPF não vai evitar aglomerações, pois não houve restrição na quantidade de pessoas nos locais.

Sem consenso
A aposentada Marlene Barbosa Gomes não pôde fazer compras ontem, porque não tinha o CPF em mãos, mas nem por isso desaprovou a medida. “Amanhã volto com o CPF”, adiantou.
Já Osvaldo Siqueira dos Santos, que é ambulante na cidade, discorda da maneira como a medida foi estabelecida. “Tinha que ter ocorrido antes, e não agora, que (a pandemia) está terminando”, disse.

Analise 

 A medida é avaliada como ineficaz pela Associação Mineira de Supermercados. Em nota, a entidade informou que dividir os consumidores por CPF não representa uma divisão meio a meio dos clientes e pode gerar efeito contrário, com aglomerações na porta das lojas.

Especialista

Advogada especialista em direito do consumidor, Ana Carolina Caran entende que não há ilegalidade na medida. “Com a situação criada pela Covid, é normal que algumas exceções sejam abertas. São decisões que buscam a saúde de toda a coletividade”, afirmou.

Veja os supermercados que precisam adotar o esquema de revezamento:

Atacarejo Popular
Dara Atacado
Mini Mercado Azevedo
SJ Supermercados
Supermercados BH
Supermercado Eldorado
Varejão Popular

Matéria atualizada às 12h53