O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) informou nesta terça-feira (29) que os animais (um equino e um bovino) sacrificados na segunda (28) foram abatidos por meio de “rifle sanitário” depois de terem ficado quatro dias atolados em local de difícil acesso com o rompimento da barragem I da mina do Córrego de Feijão, em Brumadinho, ocorrido na última sexta-feira (25). De acordo com órgão, a decisão foi "estritamente técnica", uma vez que os animais já estavam debilitados, desidratados e em sofrimento.
Durante a tarde de segunda, um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fazia voos rasantes em uma área devastada pela lama e isolada. Um agente armado com um fuzil mirava e disparava contra os animais.
O assunto ganhou força especialmente depois que a ativista social e defensora dos animais Luisa Mell relatou que os animais ilhados estão sendo executados por agentes da polícia em helicópteros. O deputado eleito Fred Costa também denunciou o abatimento dos animais por tiros.
O conselho justifica a ação afirmando que os animais estavam em locais inseguros para serem içados ou presos e que os socorristas não poderiam alcançá-los para praticar eutanásia devido a risco iminente de atolamento.
‘Momento delicado’
Na nota enviada, o Conselho Federal de Medicina Veterinária afirma que o momento é delicado e que tal decisão não é “trivial”, mesmo para médicos veterinários-experientes. No entanto, “reconhece e apoia o trabalho” realizado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais e destaca que os profissionais envolvidos já trabalharam em tragédias semelhantes, como a ocorrida em Mariana.
Comenta ainda que “que os peritos oficiais estão coletando vestígios para apurar as causas do rompimento da barragem e, por isso, o acesso ao local está restrito às equipes previamente autorizadas”.