Dengue, doenças respiratórias e crônicas aumentam atendimentos em UPAs de BH

As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Belo Horizonte vêm apresentando aumento no número de atendimentos. Quando comparados os meses de janeiro e fevereiro, o crescimento passou de 62.806 para 64.904. O motivo está na busca por tratamentos para doenças respiratórias e crônicas, além das arboviroses - com destaque para dengue e chikungunya.

“Avaliando os números nas nove UPAs da cidade, realmente, tivemos aumento ligeiro de atendimentos”, afirma a subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros. “Em nosso acompanhamento, os casos estão relacionados à doenças crônicas, que é aquela pessoa, por exemplo, hipertensa ou diabética que necessita do atendimento de urgência”.

Nas unidades de saúde já vem sendo observado procura para tratar as doenças respiratórias. “O mês de março é período de sazonalidade para doenças como bronquite, asma, pneumonia. Nós estamos acompanhando os dados e, assim como ocorreu nos últimos anos, a prefeitura não medirá esforços para ampliar a forma de acesso e atendimento com qualidade”, destaca.

A Débora Rocha, de 24 anos, chegou por volta da meia noite de quinta-feira (2 de fevereiro) na Upa Barreiro buscando atendimento para a filha, de apenas 4 meses. “Ela está com secreção no nariz, pulmão cheio e dificuldade para respirar. A gente chegou aqui e percebeu que tem outras pessoas com os mesmos sintomas. É o tempo, né?”, afirma.

Além das enfermidades crônicas e respiratórias, casos suspeitos de dengue e chikungunya, que são transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti, têm levado mais pessoas para as unidades de saúde. “A Secretaria Municipal de Saúde está avaliando dia a dia as arboviroses, pois estamos em alerta”.

Com dores pelo corpo, dor de cabeça e vômito, a empregada doméstica Edineia dos Santos, de 37 anos, aguarda, pela segunda vez, atendimento médico. Ela desconfia que seja dengue e espera que exames confirmem a suspeita.

“Vim aqui ontem, me medicaram, mas não resolveu. Eu to passando mal, sentindo dores, vontade de vomitar, eles (médicos) até disseram que pode ser dengue, só um exame vai dizer”, diz.

Taciana aponta que a capital mineira contabiliza 1.500 casos suspeitos de dengue, sendo que 218 foram confirmados. Com a chikungunya 37 testes deram positivos, sendo que destes, dois são moradores de Belo Horizonte. “É sempre importante acompanhar os dados e reforçar as medidas de prevenção em relação à dengue. O momento em que estamos é de muito calor e chuvas”, afirma a subsecretária.

Outro ponto que ajuda a explicar o aumento no número de atendimentos é que, segundo Taciana, de 15% a 20% das pessoas atendidas são de outros municípios. “As UPAs estão de portas abertas para atendimento de situação aguda, seja de qual município for. Nas noves regionais da cidade temos uma UPA para fazer esse acolhimento." 

Para atender as pessoas que recorrem às unidades de saúde, a prefeitura vem convocando profissionais. “Realizamos concurso e, até fevereiro, mais de mil profissionais foram nomeados, sendo em torno de 300 médicos chamados, além de enfermeiros que estão compondo as equipes. No site da prefeitura temos o banco de currículo para que as pessoas que queiram firmar contrato de trabalho possam se cadastrar no banco de dados”, explica Taciana.

A população é convocada a tomar medidas preventivas. “Além de evitar os criadouros do aedes, é importante reforçar a proteção contra as doenças respiratórias com a higienização das mãos e usando máscaras. Tudo isso para que possamos passar o período da melhor maneira possível”. 

Atendimentos

Veja a relação de atendimentos por unidades nos meses de janeiro e fevereiro de 2023

- UPA Barreiro - 7.846 / 8.528

- UPA Leste - 7.942 / 8.190

- UPA Nordeste - 5.958 / 6.739

- UPA Noroeste - 7.703 / 7.179

- UPA Norte - 8.988 / 8.923

- UPA Oeste - 6.228 / 6.335

- UPA Pampulha - 5.047 / 5.367

- UPA Venda Nova - 7.205 / 7.978

- UPA Centro-Sul - 5.889 / 5.665