Roda de Conversa

Domésticas debatem a situação da categoria em BH com órgãos competentes

Às vésperas do dia da empregada doméstica, comemorado no dia 27 de abril, o grupo apresentou para o Superintendente Regional de Trabalho os anseios e problemas que classe ainda enfrenta

Por Alice Brito
Publicado em 26 de abril de 2024 | 20:09
 
 
 
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"Trabalho há mais de 40 anos como doméstica. Muito já melhorou, mas a sobrecarga de trabalho ainda acontece e muito.Tem quem acredita que pagar R$ 200 em uma faxina é muito, e por isso, temos que chegar, às 7h e ir embora às 21h, pra arrumar casas  que não foram limpas há meses nos esperando. Precisamos de mais valorização".

Esse e só é um pedacinho das situações de humilhação e sobrecarga de trabalho que a diarista Silvania Ferreira da Silva, de 63 anos, passa todos os dias em diferentes lares das classes média e alta da capital mineira. 

Silvania é somente uma das profissionais da limpeza que participou, nesta sexta-feira (26). Às vésperas do dia da empregada doméstica, comemorado no dia 27 de abril, de um bate-papo entre a  Associação Tereza de Benguela de Mulheres Faxineiras  e o Superintendente Regional do Trabalho Carlos Calazans.

O grupo, composto por 40 mulheres faxineiras, tem o intuito de auxiliar as profissionais no mercado de trabalho com prestação de orientações voltadas as demandas das profissionais da limpeza.  Atualmente, o grupo busca pela regulamentação do trabalho da mulher faxineira.

" Com informação nós estipulamos valores reais e sociais que fazem diferença na vida daquela mulher que não aceita mais valores e ideais exploratórios", destacou Renata Guimarães estudante de contabilidade e vice-presidente da Associação Tereza de Benguela. 

O Superintendente Regional do Trabalho Carlos Calazans salientou que a chamada PEC das domésticas de 2013 assegurou diversos direitos para essas profissionais, entretanto, ainda existem problemas e situações que devem ser combatidos para toda a classe que se subdivide também em diaristas e mensalistas. 

"Fico muito abalado em  saber que nos dias de hoje as empregadas domésticas ainda vivem situações de racismo, sobrecarga e assédio moral. Tanta violência e sofrimento tem que acabar. Por isso, o Ministério do Trabalho vai pensar em maneiras de regulamentar o trabalho das diaristas e garantir a proteção das empregadas domésticas. Vou pensar num protocolo que garanta direitos a essas empregadas e parêmetros para denúncias e questionamentos", declarou.  

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