A Polícia Civil vai investigar a queima de dois ônibus, um em Belo Horizonte e outro em Esmeraldas, na região metropolitana da capital, nesse domingo (29), no intervalo de duas horas. Nas duas ocorrências, criminosos deixaram bilhetes com os motoristas.
O primeiro caso foi registrado na rua São Pedro, no bairro Santa Cecília, em Esmeraldas. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o motorista da linha 6400 (São Francisco / Santa Cecilia / Belo Horizonte) contou que estava iniciando uma viagem quando seis jovens entraram no coletivo, um deles armado com uma faca, que foi usada para ameaçar o condutor do veículo.
Eles ordenaram que a vítima e usuários do transporte desembarcassem, espalharam um líquido inflamável no ônibus e atearam fogo. Antes da fuga, o grupo, que aparentava ser menor de idade, segundo o motorista, deixou um bilhete em que estava escrito que a ação seria "aviso de represália dos manos das cadeias PPP1 e PP2".
As chamas foram controladas pelo condutor e passageiros. Os bancos do coletivo foram danificados.
Em Belo Horizonte, um ônibus da linha 5503, que faz o itinerário do bairro Goiânia, na região Nordeste, foi totalmente incendiado. À Polícia Militar, o motorista contou que seguia pela rua José Arcanjo Santiago quando, no momento de um desembarque, três homens - dois encapuzados e um armado - ordenaram que todos descessem do veículo.
O trio ainda disse que não faria mal a ninguém, e entregou um bilhete ao condutor para que fosse passado às autoridades policiais.
O conteúdo desse recado não foi divulgado. Os criminosos também conseguiram fugir, e a ocorrência foi encerrada na Delegacia de Plantão 1 (Deplan).
"A gente estava em casa quando escutou um barulho e uma correria. Quando saímos, vimos o ônibus pegando fogo. O pessal aqui tentou apagar o fogo, mas só foi possível com a chegada dos bombeiros. Saímos de casa com medo que as chamas pudessem atingir algum imóvel", disse um morador da área, sob anonimato.
Ainda não há informações de ligação entre os dois atos de vandalismo. Não houve registro de feridos nas duas ocorrências.
Prejuízo
Quinhentas pessoas deixam de ser atendidas por dia quando um ônibus não circula, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) ao estimar o prejuízo causado pela queima dos ônibus. À reportagem, por meio de nota, a instituição lamentou o incêndio e declarou que o seguro não cobre os prejuízos financeiros causados.
"A entidade pontua que trabalha em parceria com as forças de Segurança Pública do município, e que todas as ações criminosas dessa natureza, ocorridas no interior dos veículos e nas estações, são encaminhadas às autoridades policiais para a identificação dos responsáveis pelo ato criminoso", declarou.
Atualizada às 14h05