Proteção

Em primeiro dia de uso obrigatório, população adere às máscaras em BH

Medida, anunciada em decreto na última sexta (17), tornou obrigatório o uso do equipamento para prevenção da Covid-19

Por Isabelly Morais
Publicado em 22 de abril de 2020 | 09:02
 
 
 
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No primeiro dia de uso obrigatório de máscaras em Belo Horizonte, a adesão ao Equipamento de Proteção Individual (EPI) foi considerável na capital mineira. A medida, que já vinha sendo comentada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) desde o início da semana passada, foi oficializada em decreto na última sexta (17). A reportagem observou a reação das pessoas à determinação, que vai ao encontro de normas para se evitar a propagação do coronavírus. 

Pelo Decreto Municipal 17.332/2020, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), passa a ser obrigatório o uso de máscaras ou cobertura sobre o nariz e a boca em todos os espaços públicos, equipamentos de transporte coletivo e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços no município.

A técnica em saúde bucal Luiza Terra, de 52 anos, tinha o costume de usar máscara nas demandas do trabalho, mas agora estendeu a prática para o dia a dia nas ruas. A caminho do trabalho, na estação Pampulha, ela comentou o que tem observado e a importância do uso de máscaras.

"Eu já usava porque minha profissão exige, mas a partir da obrigação achei excelente. Se a contaminação é por gotícula, pela saliva, a gente evita de passar e pegar. As pessoas precisam entender que é importante. Ainda há resistência", aponta Luiza.

Com o máscara no braço e esperando a chegada de sua linha de ônibus, Adriana Andrade, de 42 anos, ainda é um pouco resistente ao uso do EPI. A auxiliar de serviços gerais comentou que usa apenas dentro do coletivo, sem ver necessidade em outros espaços. É importante pontuar que especialistas orientam que a máscara não pode ter contato com nenhuma outra superfície além da cobertura da boca e do nariz para evitar contaminação.

"Eu não estava usando em lugar nenhum, mas passei depois da obrigação. Tenho meus cuidados. Tenho usado só dentro do coletivo. Na plataforma não tem necessidade. Só de tocar nas coisas a gente já pega o vírus. Se a gente tiver de pegar, vamos pegar de qualquer jeito", considera Adriana.

"Máscara, máscara!"

A voz de Luciano de Oliveira se faz ouvir entre os passos apressados para lá e para cá na estação Pampulha. Com a pandemia, o motorista ficou sem emprego e encontrou uma saída na venda de máscaras, o que ele tem feito desde a última quinta-feira (16). A esposa, que é costureira, confecciona as peças. No sexto dia de vendas, Oliveira contabiliza mais de cem vendidas, com um rendimento diário entre R$ 180 e R$ 250. 

"Estou desempregado e tenho que dar um jeito de ganhar dinheiro e sobreviver. Minha esposa está grávida. Ela é costureira, faz a máscara, e eu vendo. Está dando certo e é uma renda para dentro de casa, para não faltar o nosso alimento", conta Oliveira, que vende uma peça por R$ 4 e três por R$ 10, confeccionadas em algodão e TNT. Antes, trabalhava transportando equipamentos fisioterápicos para municípios de Minas e de fora do Estado.

O decreto de Kalil dialoga com a realidade de outras cidades da região metropolitana de Belo Horizonte, que desde o começo do mês vêm tomando medidas semelhantes. Entre os municípios da região, os que obrigaram o uso de máscaras a todas as pessoas que saírem de casa foram Betim, Confins, Contagem, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Santa Luzia, Vespasiano, Brumadinho, Capim Branco, Esmeraldas, Florestal, Igarapé e Itaguara.

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