No Triângulo Mineiro

Empresária pode ter sido morta por se recusar a fazer sexo em grupo

Polícia Civil ouviu cinco pessoas na tarde desta terça-feira; irmão da vítima disse desconhecer que Kesia também fizesse programas sexuais

Por Gustavo Lameira/Cinthia Ramalho
Publicado em 20 de janeiro de 2015 | 21:05
 
 
 
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A Polícia Civil ouviu cinco pessoas na tarde desta terça-feira (20), dando continuidade às investigações no caso da empresária que se prostituía, do Estado de Tocantins, morta em um programa sexual em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

O corpo de Kesia Freitas Cardoso, de 26 anos, foi encontrado na última sexta-feira (16), em uma lata de lixo, enrolado apenas em um lençol, com marcas de golpes de faca na cabeça e pescoço. O principal suspeito é um jovem de 23 anos, que trabalha em uma oficina mecânica, onde possivelmente aconteceu o programa.

De acordo com o delegado Matheus Reis Possancin, à frente das investigações, foram ouvidos funcionários da oficina e um irmão da vítima. À polícia, o parente disse apenas não saber que a irmã fazia programas sexuais. Conforme o perfil de Késia no Facebook, ela seria sócia em um escritório de arquitetura.

Para o delegado, outra pessoa também pode estar envolvida no crime. A suspeita é que Késia tenha sido assassinada por rejeitar manter relações sexuais com mais de um parceiro no mesmo programa. Outro ponto, é a forma como o corpo foi descartado, de cabeça para baixo, em via pública.

O advogado do principal suspeito já procurou a polícia e disse que seu cliente vai se apresentar, sem dizer, porém, a data.

Relembre

Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, Kesia Freitas Cardoso foi localizada na rua Geraldo Moreira e Silva, no Distrito Industrial. Ela estava nua, com a cabeça para baixo, perto de entulhos e enrolada parcialmente em um lençol.

A perícia esteve no local e constatou que a jovem foi esfaqueada na cabeça e no pescoço. Conforme populares que costumam passar pelo local, a mulher provavelmente foi abandonada na última sexta-feira (16).

Foi nesse dia que a Kesia, que trabalha em Tocantins no ramo de arquitetura, foi vista pela última vez. A vítima estava na cidade a trabalho com mais duas amigas e teria dito a elas que teria um encontro marcado. Kesia pegou um táxi com destino ao bairro Jardim Célia e não foi mais vista.

Como a mulher não retornou para onde estava hospedada, uma das amigas deu uma queixa de desaparecimento no sábado (17). Em conversa com os policiais, as duas amigas da vítima contaram que são garotas de programa e que a vítima também era. Na sexta, uma delas tinha marcado um programa sexual, mas não conseguiu comparecer. Sendo assim, Kesia resolveu ir no lugar da outra jovem e saiu do hotel por volta das 14h.

Após a empresária sair para o programa, a amiga que deveria ir ao compromisso recebeu a ligação do mesmo homem. Ao buscar pelo número de telefone dele, a polícia descobriu que o número era de uma oficina mecânica localizada na rua Padre Miguelinho, no bairro Nossa Senhora das Graças.

Policiais foram ao local e fizeram contato com o proprietário e o gerente do comércio. Conforme o boletim, eles afirmaram que desconheciam o caso, uma vez que estavam viajando e tinham chegado na sexta.

No entanto, os homens, que são irmãos, contaram que as chaves do estabelecimento tinham ficado sob responsabilidade do filho de um deles, um jovem de 23 anos.

Pai tentou contato com o filho

Ao tomar conhecimento da história, o gerente da oficina entrou em contato com o filho e pediu que ele se apresentasse para conversar com a polícia. Porém, o suspeito não apareceu.

Policias fizeram contato com um outro funcionário nessa segunda-feira (19). Ele foi até o local onde o corpo foi encontrado e confirmou que a lata de lixo em que estava a vítima era da empresa.

Além dela, um sifão e uma vasilha usada para alimentar os cachorros da oficina foram reconhecidas. O funcionário afirmou que o suspeito foi a única pessoa que se ausentou da firma no dia do crime.

Mobilização pela internet

Assim que souberam do desaparecimento de Kesia, amigos da vítima que moram em Tocantins fizeram uma campanha pelas redes sociais para tentar localizar a jovem. Uma foto dela com as informações do sumiço foi compartilhada mais de 1.500 vezes.

Após a notícia da confirmação da morte, vários internautas lamentaram o ocorrido. Conforme funcionários do necrotério Bom Pastor, o corpo de Kesia foi liberado para a família na manhã desta terça por volta das 10h.

Irmãos e primos da vítima seguiram com o corpo para Paraíso do Tocantins, a 66 km de Palmas, onde a empresária morava. Ainda não há informações sobre o horário de sepultamento da mulher.

A reportagem de O TEMPO fez contato por uma rede social com uma das irmãs de Kesia, mas ela disse que estava voltando para a cidade e não poderia conversar. Muito abalados, amigos também se recusaram a comentar a história.

“Não temos condições de conversar. Estamos todos destruídos com isso tudo”, se limitou a dizer uma das amigas da jovem.

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