Setor pede socorro

Empresas de ônibus de turismo fazem protesto em BH nesta terça

A classe protestava contra a crise econômica provocada pela paralisação das atividades em função da Covid-19. O grupo reclama que bancos públicos e privados se negam em estender os prazos para a quitação dos financiamentos dos veículos

Por Alice Brito
Publicado em 20 de abril de 2021 | 17:09
 
 
 
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Empresas de ônibus de turismo fizeram uma carreata na tarde desta terça-feira (20) na capital. A classe protestava contra a crise econômica provocada pela paralisação das atividades em função da Covid-19. 

Em comboio os ônibus percorreram parte da via expressa, em Contagem, na região metropolitana, tendo como ponto de encontro a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, na região Centro – Sul de BH. 

O grupo reclama que os bancos se negam em estender os prazos para a quitação dos financiamentos dos veículos. O organizador do protesto Guilherme Bernardes Afonso Azevedo, 21, relata que a classe precisa de mais auxílio dos bancos neste período que o trabalho para o setor está impossibilitado. “Um ônibus custa hoje no mercado em média R$ 1,2 milhão. A maioria das pessoas que compram esses veículos compram por meio de financiamento. Se a gente fica três meses sem pagar as prestações o banco toma o nosso único bem e ferramenta de trabalho e sustento. Precisamos que os bancos suspendam a cobrança de nossas parcelas por pelo menos um ano e não cobrem juros tão altos na hora do refinanciamento”, explicou. 

Segundo Azevedo, no ano passado para ajudar a classe passar pela crise da falta de trabalho por causa da pandemia, os bancos públicos e privados suspenderam durante seis meses as parcelas dos financiamentos,  voltando cobrar a dívida em outubro.  O problema é que na hora do refinanciamento os juros cobrados foram muito altos, o que fez o problema piorar. “As seis parcelas que não foram pagas, hoje foram incorporadas nas próximas parcelas com o refinanciamento. Isso fez o valor das prestações aumentar muito. E isso nos impossibilitde realizar a quitação. Para se ter uma ideia uma prestação de R$ 20 mil, pulou fácil para R$ 25, R$ 30 mil," revelou. 

 Azevedo também é sócio-diretor da empresa de transporte turístico da família e está como medo da falência “Minha família tem a nossa empresa há mais de 20 anos. Estamos devendo mais de R$ 250 mil em financiamentos. Temos 12 ônibus e 35 funcionários. Se continuarmos sem ajuda vou perder os ônibus e ter que fechar as portas”, desabafou.   

  

Reunião 

O responsável pelo protesto ainda disse que o setor conseguiu agendar para o dia 29 de abril uma reunião com representantes do Ministério da Economia para conversar sobre formas de auxílio e recuperação da classe de transporte turístico. “O que queremos é ajuda para não perdermos nossos ônibus. Precisamos nos reerguer para pagar as prestações. Precisamos de ajuda!”, comentou Azevedo. 

   Balanço do manifesto

  Segundo os manifestantes, cerca de 100 ônibus participaram do protesto. Ainda conforme a organização do manifesto não houve lentidão no trânsito, nem confusão ou fechamento de vias. 

  Sindicato dos Bancos de MG

O Sindicato dos Bancos de Minas Gerais (SINBANCOS), foi procurado pela nossa reportagem, mas até o momento não respondeu nossos questionamentos sobre o assunto.  

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