'Escorreguei no meu próprio sangue', lembra vítima de fisiculturista na Pampulha

Em depoimento nesta terça-feira (23 de janeiro), a mulher de 38 anos, vítima de tentativa de feminicídio no bairro Liberdade, na região da Pampulha, em fevereiro do ano passado, lembrou o momento do crime e quando foi baleada pelo companheiro, um fisiculturista de 45 anos. O julgamento do caso ocorre nesta terça, com o júri formado por cinco homens e duas mulheres.

Ela relatou que conhecia o acusado desde 2017 por ambos serem do meio do fisiculturismo. Era comum o homem a chamar de louca e sumir por alguns dias após brigas, mas logo depois ele voltava. Conforme a mulher, poucos dias antes do crime, eles curtiram juntos o Carnaval de 2023 com muito carinho. Ela acredita que o acusado estava apenas se despedindo dela porque já havia planejado a morte. 

No dia do crime, 23 de fevereiro do ano passado, ela lembrou que o casal discutiu pelo Whatsapp. Após ser bloqueada no aplicativo, a mulher foi até a casa do companheiro, onde ficou na porta do prédio por mais de duas horas. Quando ele chegou ao prédio nervoso, os dois entraram no apartamento dele e começaram a discutir. Ele foi ao quarto, pegou a arma e deu o primeiro tiro no rosto dela. Mesmo assim, ela ainda conseguiu ir para cima dele. O segundo tiro pegou de raspão no corpo. “Ela escorregou no próprio sangue e caiu. O réu deu mais um tiro na cabeça dela e, ainda assim, ela conseguiu ir para cima dele. Após isso, a vítima caiu deitada em cima do agressor. Os outros tiros vieram em seguida. Foram seis no total. A mulher ainda conseguiu bater no braço do agressor e assim desarmá-lo. Só depois disso, abriu a porta do apartamento e conseguiu fugir. Logo depois, ela gritou pedindo ajuda e os vizinhos a ajudaram a ser socorrida”, diz trecho do depoimento.

O depoimento da vítima foi o primeiro a ser colhido na audiência de julgamento do suspeito nesta terça-feira. Outras nove testemunhas ainda devem ser ouvidas na sessão, que não tem previsão de término.