A ex-BBB e professora Helcimara Telles, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é acusada de transfobia pelo Centro Acadêmico de Ciências Sociais (Cacs) da instituição de ensino devido a uma postagem nas redes sociais. Na publicação, a docente questionou a expressão "pessoas que menstruam". A universidade apura a denúncia. A professora nega ter sido transfóbica, classifica a acusação como "infundada" e critica o que ela considera "política de cancelamento".
A publicação foi feita no último sábado (11), no Twitter da docente. Na ocasião, a professora questionou uma matéria com o seguinte título: "Pessoas que menstruam terão absorventes distribuídos de forma gratuita". Helcimara escreveu: "Estou começando a sentir saudades de quando só queriam a linguagem neutra". Em seguida, afirmou que o movimento "se sente incluído no Dia da Mulher, mas omite o nome da mulher como beneficiária da distribuição".
No dia seguinte, o Centro Acadêmico de Ciências Sociais (Cacs) disse que a professora foi "abertamente transfóbica" e informou ter feito uma denúncia formal à UFMG solicitando o afastamento da docente.
Em nota, a UFMG disse que "está tomando as providências pertinentes, por meio de apuração das manifestações recebidas das duas partes". "Caso seja identificada a necessidade de abertura de sindicância, a Universidade procederá com as diligências formais", informou.
A UFMG também disse não compactuar com comportamentos discriminatórios e citou uma resolução, de 2016, que trata de atos discriminatórios por docentes e discentes da instituição. "A resolução proíbe expressamente todo preconceito ou discriminação contra pessoas, em função de sua orientação sexual lésbica, homossexual, bissexual ou identidade de gênero presumidas", completou.
Procurada, a Helcimara Telles, que participou do Big Brother Brasil 2018, lamentou as acusações de transfobia, classificadas por ela como "infundadas". "São extremamente graves", prosseguiu atribuindo o comportamento ao que considera "política de cancelamento".
"Infelizmente, [é uma política que] vem sendo produzida por movimentos autoritários. Eu sempre atuei em defesa da diversidade e inclusão, e isso pode ser comprovado por meio das minhas ações e projetos ao longo da minha carreira como professora", alegou.
A professora também disse ter acionado sua equipe jurídica para tomar "as medidas cabíveis na esfera criminal e civil contra os envolvidos". "Não podemos permitir que esse tipo de comportamento autoritário e criminoso se torne um exemplo para outras mulheres. É muito grave que me silenciem e exijam meu afastamento e exoneração", completou.
A reportagem tentou contato com o Cacs por telefone, mas o centro não respondeu às tentativas de contato. O espaço permanece aberto para que o grupo se posicione sobre as declarações da professora.