Praça do Papa

Ex-PM faz show ao vivo, dá soco no rosto de guarda e é preso por desacato

Militar reformado e guardas municipais apresentaram versões diferentes sobre a confusão na noite desse sábado

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 28 de fevereiro de 2021 | 08:59
 
 
 
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Um ‘show ao vivo’ promovido por um policial militar reformado de 55 anos na praça do Papa em Belo Horizonte, na noite desse sábado (27), acabou em confusão e na delegacia. Equipado com caixas de som, guitarra, pandeiro e um computador, o homem tocava músicas no local quando foi abordado por dois guardas municipais que pediram que a música parasse e questionaram o militar reformado sobre a autorização para produzir o conteúdo musical, quando tiveram a resposta de que não eram policiais nem autoridades e que a única polícia no momento era o músico.

De acordo com o boletim de ocorrência, registrado como lesão corporal, a partir desse momento, no relato de um dos guardas municipais, foi solicitado que o militar reformado se identificasse, o que não ocorreu. Foi solicitado também que o músico usasse a máscara de proteção, pedido negado porque, segundo ele, não seria possível cantar com o equipamento.

Em um dado momento, segundo registros, abaixou o volume do som e partiu para cima dos guardas e disse que eles eram “um bosta”. Ao receber voz de prisão por desacato e ter o primeiro braço algemado, o militar reformado desferiu um soco no rosto de um dos guardas municipais e continuou com a agressão. Foi necessário o uso de arma de choque para imobilizá-lo. De acordo com um dos guardas municipais, mesmo algemado e no chão, o militar reformado resistiu e proferiu palavras de baixo calão contra a guarnição.

Na versão do músico, ele pediu para os guardas aguardarem o fim de uma música para desligar o som e teve o pedido negado. Ele alega ter sido chamado de “bosta” por um dos guardas e que a partir desse momento começou a discussão entre eles e foi imobilizado com um golpe conhecido como “mata leão” por um deles e que mesmo já caído, levou choque das armas.

A sala de imprensa da Polícia Militar informou que o guarda municipal agredido foi encaminhado para a UPA Barreiro e que o militar reformado negou atendimento médico, mesmo após orientação da Corregedoria. A guarnição militar não vai se pronunciar oficialmente sobre o ocorrido neste momento.

O caso foi encaminhado para a Central de Flagrantes 3. A Polícia Civil informou que  a autoridade policial lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por meio do qual o homem assumiu o compromisso de se apresentar perante a autoridade judiciária competente. Ele foi ouvido e liberado. O procedimento foi encaminhado à Justiça.

 

 

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