Criminosos armados levaram pânico na madrugada de ontem à cidade de São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, em um assalto a banco que terminou em explosão e moradores feitos reféns. A violência do bando, que deixou o local atirando para o alto, aterrorizou a população do município com pouco mais de 25 mil habitantes.
A ação também deu prejuízo a comerciantes vizinhos à agência atacada. A rua foi interditada pela polícia e o comércio proibido de abrir as portas até que qualquer possibilidade de novas explosões fosse descartada.
Segundo a Polícia Militar, por volta das 2h, ao menos cinco criminosos apareceram no município em um Honda Civic preto. Antes de chegar ao Banco Bradesco, localizado na rua Rui Barbosa, a quadrilha rendeu um motoboy, de 24 anos, e a amiga dele quando saíam de uma lanchonete na mesma via.
Armados com espingarda calibre 12 e pistolas, os bandidos fizeram os reféns de "escudo humano" ao explodir a porta da agência bancária. Logo depois, quatro dos ladrões entraram e fizeram mais explosões.
O quinto integrante da quadrilha ficou na rua atirando para o alto com o objetivo de impedir a aproximação de militares. Após a ação, o bando entrou no carro, com placa de São Paulo, e fugiu pela BR-381. O valor levado não foi divulgado. As vítimas foram liberadas na porta do banco sem ferimentos.
Susto
Durante a ação dos bandidos, moradores chegaram a gravar vídeos do momento do crime. Nas imagens, que circularam pelas redes sociais, é possível escutar as explosões e os tiros. Em um certo momento, um homem, não identificado, grita: "põe a cara, põe a cara de novo".
"Acordei assustada com aqueles barulhos de tiros. Foi desesperador, peguei meu bebê de um ano e trouxe para ficar no quarto comigo. São Gonçalo do Sapucaí é uma cidade muito tranquila, e ficamos assustados com esse crime. Acredito que eles (ladrões) não sejam daqui", disse a vendedora Neuza Helena Silva, de 35 anos.
Com o apoio de uma equipe policial de Pouso Alegre, cidade vizinha, militares fizeram rastreamento na região, mas nenhum suspeito foi identificado ou localizado. O caso será investigado pela Polícia Civil.
Prejuízo
A comerciante Carina Chein, de 39 anos, só conseguiu abrir a loja de empadas que fica em frente ao banco por volta de 15h. Segundo ela, o prejuízo por causa da interdição do local, necessária para realização de perícia, foi de cerca de R$ 500. Na cidade há pouco mais de 3 anos, Carina lamentou a ação dos bandidos. “Quando acontece uma coisa dessas em um lugar tão pequeno, todo mundo fica comovido”, disse.
A reportagem do Super Notícia tentou contato com a assessoria de imprensa do Bradesco, mas as ligações não foram atendidas e não houve retorno por email.