Se ter um novo dente era um dos maiores sonhos de uma moradora de Ibirité, na região metropolitana, que pagou R$ 3.000 ao então “dentista”, um homem de 57 anos, para que ele lhe fizesse um implante dentário, a história rapidamente se tornou um pesadelo quando, dias depois, ela viu um prego de construção cair da sua boca. Investigado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MG), o homem é suspeito de atuar por mais de dois anos como dentista tendo apenas a carteira de auxiliar bucal.
Pelo menos três vítimas já se pronunciaram sobre os abusos do falso dentista. A mulher que afirmou ter encontrado um prego após o implante chegou a procurar o suspeito e pagou outros R$ 2.000 para que ele refizesse a operação. Nesta quarta-feira (8), a Polícia Civil e o CRO-MG estiveram no consultório e na casa do suspeito com um mandado de busca e apreensão. Ele foi ouvido e liberado. À polícia, ele disse que é estudante de odontologia e negou as acusações.
Em setembro do ano passado, o CRO-MG esteve no consultório e autuou o falso dentista em flagrante. Ele estava “consertando” um procedimento com dentadura e fugiu sem terminar o serviço. “Tivemos que fazer o procedimento na paciente lá. Ele atuava com condições mínimas de higiene, materiais enferrujados e reutilizando material descartável”, contou o assessora da diretoria do CRO-MG, Thiago Martins Moura.
Denúncias. Para o Conselho Regional de Odontologia (CRO-MG), outras vítimas do falso dentista devem aparecer com a divulgação das denúncias. O conselho explica que valores mais baixos de mercado podem ser tentadoras, mas histórico de profissionais deve ser apurado.
“O auxiliar organiza o escritório mas sempre tem que estar acompanhado do dentista. Podem denunciar anonimamente. Às vezes, estamos evitando o pior para um amigo nosso”, afirmou Thiago Martins Moura, assessor da diretoria do CRO-MG.
No ano passado, o Conselho Regional de Odontologia (CRO-MG), junto com a Polícia Civil, prendeu 26 pessoas por exercício ilegal da atividade odontológica. Denúncias podem ser feitas pelo telefone (31) 2104-3000.