As investigações sobre a presença de dietilenoglicol no sangue das supostas vítimas de intoxicação pelas cervejas da Backer andam em um ritmo mais lento por falta de estrutura no Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte. Parte das análises laboratoriais estão paradas em função da falta de um reagente necessário no processo.
A informação, denunciada por familiares das vítimas à reportagem de O TEMPO, foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). “Tais reagentes não são de uso comum nas necropsias realizadas diariamente, não se justificando manutenção em estoque”, disse em nota.
Na versão dos familiares, o reagente usado até o momento foi fornecido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Até o momento, apenas quatro casos foram confirmados e 27 estão em investigação.
A reportagem também tentou entrar em contato com o IML, mas ninguém quis falar sobre o assunto.
O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Belo Horizonte afirmou que ainda não tem informações sobre a falta do produto.
O MPMG ainda não se posicionou sobre o caso.
Balanço
O último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) dá conta que foram 31 casos notificados suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol após o consumo das cervejas da Backer. Desses, 26 são homens e cinco são mulheres. Quatro casos foram confirmados, e os 27 restantes continuam sob investigação.
Cinco pessoas morreram com suspeita da doença. Só em um homem que morreu em Juiz de Fora, na Zona da Mata, foi confirmada a presença da substância dietilenoglicol no sangue.