A família do motorista de aplicativo Anderson Coelho Alves, 27, procura informações sobre o paradeiro do rapaz, que entrou em contato pela última vez no final da noite do dia 31 de dezembro, quinta-feira. As duas últimas viagens que ele compartilhou por mensagem, com um primo, partiam, uma, de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, até o bairro Cabana do Pai Tomás, na região Oeste da capital, e a outra entre dois endereços de Santa Luzia. Ele é morador de Confins. 

Motorista de aplicativo há três anos, Anderson estava juntando dinheiro para trocar o Palio que dirigia, por isso aproveitava o máximo de viagens que apareciam pelo caminho. Ele não costumava trabalhar após as 23h, segundo familiares, mas, com a tarifa dinâmica elevada e os valores das corridas mais altas na noite de Ano-Novo, avisou que estenderia o turno naquele dia. Uma das últimas viagens de que a família teve notícia, por exemplo, geralmente custa em torno de R$ 30, mas, na quarta, chegou a R$ 100, conta uma parente. 

“A corrida apareceu finalizada (no compartilhamento) e temos medo de ter sido algum incidente. Uma pessoa entrou em contato com a gente com imagens de uma câmera e a última imagem do carro é ele passando pela avenida Tereza Cristina, no sentido Centro”, detalha uma prima de Anderson, que pediu para não ser identificada. 

Ela diz que a família entrou em contato com a Uber, mas a empresa não compartilhou qualquer informação sobre as corridas do trabalhador e afirmou que detalhes ficariam por conta da polícia. A família também entrou em contato com a 99, para a qual o motorista também dirigia, e não teria tido ajuda. Não é a primeira vez que a família tem problemas com os aplicativos. Darla conta que o primo havia acabado de pagar um celular novo porque o anterior foi roubado enquanto trabalhava.

Em nota, a Uber afirmou à reportagem que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações sobre o desaparecimento, na forma da lei. A 99 afirmou que se solidariza com a família e que está disponível para colaborar com a polícia para esclarecimento dos fatos.

 

A prima diz que a família não tem motivos para desconfiar que o motorista tenha deixado de entrar em contato intencionalmente. Anderson namorava uma mulher há cerca de dois meses, com quem trocou mensagens carinhosas pouco antes da última corrida compartilhada e, de acordo com prima, ele não bebia ou utilizava drogas. 

A família já denunciou o caso à Polícia Militar e à Civil e mensagens em busca do paradeiro de Anderson se espalharam pelas redes sociais. A prima conta já ter sido vítima de uma tentativa de golpe nessa sexta-feira (1º). Em uma ligação  com DDD da Paraíba, a pessoa disse que estaria com Anderson e enviou uma foto de um homem com as mãos amarradas às costas, porém a família recebeu que as mãos não eram do parente. 

Ele foi visto pela última vez com blusa azul e calça jeans, dirigindo um Palio cinza quatro portas com placa HNR0394. Informações podem ser compartilhadas com a Polícia Civil pelo número 0800-2828-197 e com a PM pelo 190.