Depois de nove horas de buscas em uma mata fechada, familiares da estagiária administrativa Nathália de Oliveira Araújo Porto, de 25 anos, voltaram para a casa sem encontrar a jovem, desaparecida desde a última sexta-feira (25), após o rompimento da Barragem I da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Segundo o marido dela, o vigilante Jorge Santana de Araújo Porto, de 28 anos, a decisão de procurar a mulher por conta própria foi tomada pela família após autoridades terem negado mobilização para as buscas.
Na tarde de ontem, parentes da estagiária, reunidos no Espaço do Conhecimento, em Brumadinho, teriam apresentado um print da localização do telefone da jovem, o material teria registrado informações do GPS do celular da mulher horas depois da tragédia em uma direção contrária a atingida pelo mar de lama que varreu o refeitório onde ela e diversos trabalhadores e terceirizados da Vale almoçavam naquele dia.
Foi essa localização que deu à família a certeza de que ela teria conseguido fugir para outra região.
Sem retorno imediato, o marido da jovem, em companhia de dois sobrinhos e um bombeiro civil, que seria voluntário nas buscas, partiram em um veículo próprio, por volta das 17h30 dessa segunda-feira. "Ficamos lá até 2h30 da manhã. Rodamos muito, mesmo o lugar sendo de difícil acesso. Lá tem uma antena de telefonia, e é ela que deve ter registrado essa localização. Por fim, a gente chegou até um penhasco. Cruzamos com um carro da polícia (militar) pelo caminho. Eles pediram pra gente voltar, pelo perigo de lá, mas é minha mulher e eu sei que ela está viva. Depois de um tempo, a gente já estava no limite e viemos embora. Mas hoje eu volto lá e ninguém vai me impedir", revelou o vigilante.
O Corpo de Bombeiros pede que familiares e amigos não realizem buscas por conta própria, em função do risco que a região apresenta. Informações sobre desaparecidos devem ser encaminhadas à coorporação para que estratégias de salvamento sejam traçadas mediante a segurança da equipe envolvida no resgate.