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Música, gastronomia e brincadeiras para as crianças são algumas das atrações do Festival Floresça, que ocorre neste sábado (14) no Parque da Cachoeira, comunidade atingida pelo rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana. A tragédia, ocorrida em janeiro, provocou a morte de 249 pessoas. Outras 21 continuam desaparecidas.
 
O objetivo do festival, que vai ganhar novas edições, é ajudar a região a florescer e prosperar. As barracas de comida foram comandadas por 25 mulheres da comunidade, local onde muitas pessoas perderam a fonte renda após a tragédia. “É uma oportunidade de sonhar de novo, e esse sonho floresceu com essas mulheres mostrando que sabem cozinhar, fazer artesanato. É uma forma de reconstruir e renascer após uma tragédia tão grande”, afirma Carol Antunes, diretora do Instituto NaAção, realizador do evento. 
 
A programação do festival inclui apresentações voluntárias de artistas como Rafaella Ramos, Letícia Carvalho, Suelen Araújo e o Trio Gandaiêra. As crianças também fizeram parte do espetáculo e protagonizaram um desfile. “Elas se sentiram artistas, lindas na passarela”, conta Carol. 
 
Moradora do Parque da Cachoeira e tesoureira da associação da comunidade, Valéria Aparecida Sales, de 46 anos, diz que trabalhar no evento trouxe satisfação e felicidade para as mulheres. Muitas delas perderam a fonte de renda após a tragédia. “Depois do que aconteceu, a cabeça das pessoas não ficou boa. Minha cabeça não está boa de ver tanto sofrimento, famílias separadas, é muito triste para nós. O NaAção veio para trazer vida”, conta.
 
A professora Tamires Oliveira, 30, mora na comunidade há três anos e fez questão de privilegiar o festival. “A gente tem levado conforme a vida está querendo, não está fácil. A comunidade está muito unida, um ajudando o outro em prol das crianças, que são as mais afetadas. O festival está muito bacana, os meninos se divertindo, e isso que importa”.
 
O próximo projeto do NaAção é o Acelera Brumadinho, voltada para líderes sociais. Eles vão aprender ferramentas de empreendedorismo e trabalho coletivo para aplicarem na comunidade.