Fiscais da Vigilância Sanitária de Contagem estão, na tarde desta sexta-feira (17), na sede Imperquímica (empresa fornecedora de monoetilenoglicol para a Backer) para interdição da fábrica. A informação foi confirmada pela prefeitura do município.
A medida ocorre no dia seguinte a uma operação da Polícia Civil que recolheu amostras do produto no local. Segundo o delegado que conduz as investigações sobre a cervejaria Backer, Flávio Grossi, foram recolhidas amostras dos produtos e documentos e que servirão de base para as investigações.
O advogado da empresa, Mario Sarveri, explicou que a interdição se dá porque a empresa não tem alvará para vender produtos fracionados.
“Nós não temos alvará para fazer o fracionamento dos produtos. E não foi por má fé, simplesmente a empresa não sabia. O que ela faz basicamente é trazer produtos de São Paulo pra cá e aqui ela faz o fracionamento. As vezes ela entrega o lote inteiro para grandes empresas como a Backer, mas ela também faz o fracionamento para empresas menores”, explicou.
O advogado reforçou que a empresa fornecedora nunca adquiriu dietilenoglicol e que só vende monoetilenoglicol à Backer. A empresa informou que a Vigilância Sanitária definiu que o galpão vai ser interditado até que se obtenha alvará para a venda de produtos fracionados.
Vídeo
A Backer também utiliza em sua defesa um vídeo que supostamente comprovaria a tese de que o composto vendido teria sido adulterado. O vídeo foi citado em uma liminar judicial deferida, nesta quinta-feira (16), que autorizou a cervejaria envasar a cerveja já produzida, mesmo que a comercialização continue suspensa e a fábrica fechada.
O advoado da Imperquuímica, defendeu que os vídeos entregues à polícia por um ex-funcionário da empresa apenas mostra a aplicação da técnica de fracionamento.
“Ele mostra um fracionamento. O funcionário que entregou esse vídeo teve muito problema na empresa. É uma empresa pequena com seis funcionários e todos tiveram problema com ele. Ele fez algumas filmagens aqui dentro, não negamos, as imagens são reais, mas filmagens mostram, basicamente, o fracionamento”, explicou Saveri.
Sobre as suspeitas de adulteração do monietilenoglicol entregue à Backer, inclusive com a troca de rótulos do produto, o advogado defendeu que nunca ocorreram.
“O monoetileno é muito mais barato que o dietileno. Ele disse que nós estamos colocando no monoetileno. Seria como se eu estivesse colocando uísque na água, não tem lógica. Os rótulos nós trocávamos porque nós compramos o produto de uma empresa de São Paulo, que vamos manter sigilo por hora, e chegando aqui a gente colocava o nosso rótulo”, pontuou.
Atualizada às 16h54