Consequências

Governo de MG quer que Vale adote medidas para evitar falta de água em BH

Sem as obras pedidas pelo Estado, a Copasa acredita que moradores da capital podem ser obrigados a racionar água

Por Lara Alves
Publicado em 07 de maio de 2019 | 15:15
 
 
 
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O governo de Minas Gerais acionou a Justiça, nesta terça-feira (7), para que a Vale, responsável pela tragédia em Brumadinho, adote medidas emergenciais para evitar o desabastecimento de água em Belo Horizonte e na região metropolitana. A Copasa não consegue captar água no Rio Paraopeba desde o dia 25 de janeiro, quando ocorreu o rompimento da barragem. 

A ação protocolada é baseada em estudos realizados pela companhia. Os laudos apontam que obras emergenciais precisam ser realizadas no rio Paraopeba para evitar que moradores da capital e da região sejam obrigados a fazer racionamento ou rodízio. Após as obras, seria possível captar água do Rio Paraopeba em trechos não contaminados pelos rejeitos.

Além do início imediato das operações para captação no sistema, o governo pede que a Justiça obrigue a mineradora a garantir o abastecimento em Brumadinho, Paraopeba e Caetanópolis, municípios diretamente afetados pelo rompimento da barragem. 

Na ação, o Estado também requer que a Vale providencie medidas de contenção e proteção no sistema Rio das Velhas em até 60 dias. Laudos da Copasa demonstram que há riscos reais de contaminação da bacia por pelo menos seis barragens de rejeitos da Vale ali localizadas. 

Em caso de poluição do Rio das Velhas, mais de 2,4 milhões de pessoas sofreriam com o desabastecimento em toda a região metropolitana.

Outro lado

Procurada, a mineradora comunicou à reportagem que tem realizado reuniões periódicas com a Copasa para discutir as medidas necessárias para que não ocorra prejuízos no abastecimento das cidades afetadas pelo rompimento.

Quanto a ação movida pelo Estado, a empresa informou que "se posicionará a respeito dos pedidos na próxima audiência judicial do caso, já designada".

Além disso, nesta terça-feira (7), a Vale anunciou que uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) está em fase de testes no Ribeirão Ferro-Carvão. A estrutura funciona com o objetivo de reduzir a turbidez da água e devolvê-la tratada ao Rio Paraopeba. 

"A ETAF terá capacidade para tratar aproximadamente 2 milhões de litros por hora, o equivalente a cerca de 20 piscinas olímpicas por dia. A implantação da estrutura integra o Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela empresa aos órgãos públicos", explicou a mineradora através de nota enviada à imprensa.

Atualizada às 17h34.

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