Após os metroviários anunciarem nessa quarta-feira (16) que entrarão em greve em Belo Horizonte a partir da próxima segunda-feira (21), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) se antecipou e recorreu à Justiça para impedir a paralisação.
Por meio de nota enviada à imprensa, a companhia informou que "já se antecipou à tomada das medidas administrativas e judicias cabíveis na tentativa de garantir a continuidade e qualidade na prestação dos serviços públicos de transporte de passageiros sobre trilhos na cidade".
Na proposta de paralisação aprovada pela categoria, os trens não circulariam nos horários de pico, apenas entre 10h e 17h, o que não foi visto como satisfatório pela CBTU. A companhia diz ainda que ficou sabendo da paralisação por meio das redes sociais.
Demandas
Romeu José Machado Neto, presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), explicou à reportagem de O TEMPO o motivo da greve. “Tivemos reunião com representantes do governo federal para tratar da situação dos trabalhadores do metrô dentro do processo de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Queremos saber qual será nosso destino”, disse.
O presidente do sindicato da categoria contou que o resultado do encontro não foi dos melhores e acabou sendo decisivo para a tomada de decisão da greve. “O governo falou que seremos transferidos para empresas privadas, mas depois de 12 meses ela (empresa) pode nos demitir. Apresentamos alternativas e o eles recusaram todas”, falou.
Entre as alternativas levadas estavam: possibilidade do servidor pedir transferência para outra unidade da CBTU ou ser cedido a outro órgão do governo que necessite da mão de obra. “Não aceitaram nenhuma”.
‘Descaso’
A maneira como o governo federal tem tratado as questões que envolvem a privatização da CBTU não tem agradado a categoria. “Este governo trata com descaso, para dizer o mínimo, os trabalhadores e a população. Jogar a CBTU na iniciativa privada é prejudicar não só os servidores, mas todos os usuários”, comentou.
Segundo a CBTU, "o sindicato, após reunião com representantes do Governo Federal em 15 de março, considerou que a categoria metroviária está sendo impedida de participar no processo de privatização da empresa, sem abertura para o diálogo ou informações acerca do destino dos mais de 1.500 empregados que atuam no sistema atualmente".