O segurança e motorista de aplicativo Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, perdeu a visão do olho direito após se envolver em uma briga de trânsito com um policial à paisana em Belo Horizonte, nesse sábado (30). O estado de saúde da vítima foi repassado para a reportagem de O Tempo por familiares do segurança. Bruno está internado no Hospital João XXIII. 

De acordo com a tia do segurança, Cíntia Maria da Silva Arcanjo, além da cirurgia no olho, com a retirada completa do glóbulo, foi afixada no cérebro da vítima uma placa de titânio. Por conta do procedimento cirúrgico na cabeça é possível que o homem tenha que aprender a viver com sequelas irreversíveis, como perda de memória e dificuldade para falar.

Também foi necessário realizar a reconstituição da face direita do segurança. As cirurgias, realizadas na noite desse sábado, demoraram mais de dez horas. 

"Por pouco Bruno não foi morto. Ele está vivo por um milagre de Deus. Agora toda a família está reunida para cuidar dele.Somos muito gratos porque Bruno viveu de novo", disse a tia da vítima. 

Neste domingo (1), o quadro de saúde de Bruno era estável. O motorista está no setor de pós-operatório, à espera de uma vaga no Centro de Tratamento Instensivo (CTI) do hospital João XXIII. Ainda não existe a previsão para alta, uma vez que o segurança ainda vai passar por outra cirurgia na face. 

Possíveis sequelas

Ainda conforme com a familiar do segurança, Bruno, que é pai de três crianças e cuida da sobrinha, também menor de idade, não vai poder trabalhar mais.

"Ainda não sabe quais sequelas meu sobrinho vai apresentar, mas os médicos já nos alertaram quanto a isso. Bom que meu sobrinho sempre trabalhou de carteira assinada e será amparado pela empresa que ele prestava serviço. Os donos da empresa nos procuraram e nos explicaram tudo. Afinal, meu sobrinho é a base da família, ele cria junto coma esposa quatro crianças", disse Cintia. 

Sonho interrompido

Ainda segundo Cíntia, ela se entristece porque o sonho de Bruno era juntar dinheiro para abrir uma empresa de segurança, o que a partir de agora não será mais possível. "Meu sobrinho, além de ser segurança, também trabalhava como motorista de aplicativo. Ele fazia de tudo para cuidar da família e juntar dinheiro para realizar o sonho. Agora tudo vai mudar", avaliou Cíntia.