Uma fisioterapeuta de 30 anos foi vítima de uma tentativa de feminicídio na clínica onde ela trabalha na rua Juiz de Fora, no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte na tarde desta quinta-feira (26). O suspeito, de 28 anos, atirou contra a ex-companheira a baleando na cabeça e depois atirou contra sua própria cabeça e morreu no local. O suspeito planejou todo o crime.
"As testemunhas contaram que ele ligou antes para a clínica e a vítima atendeu. Ele sabendo que ela estava lá, foi até o local já armado. A mulher estava na recepção e foi atingida lá mesmo. Ele depois se matou", contou o tenente Bruno Costa, do 1º Batalhão da Polícia Militar.
A fisioterapeuta foi socorrida em estado grave para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, no bairro Santa Efigênia, também na região Centro-Sul. Ela chegou a perder os sinais vitais e foi reanimada pelos médicos. Por meio da assessoria de imprensa, o hospital informou que não irá divulgar estado de saúde da mulher. No entanto, há informações de que ela está em coma.
De acordo com a polícia, a mulher já tinha medida protetiva contra o homem. "O suspeito estava usando tornozeleira eletrônica e ela tinha um botão de pânico. Isso por que ele já tinha agredido ela outras vezes", contou o tenente. Segundo a polícia, pode não ter dado tempo dela usar o botão e há indícios que ele teria descarregado a tornozeleira eletrônica antes de chegar perto dele.
Informações de conhecidos da fisioterapeuta dão conta que ela trabalhava na clínica a cerca de um ano. Ela já tinha sido agredida antes pelo suspeito, havia boletim de ocorrência e ele tinha sido preso na época das agressões. O homem não aceitava o fim do relacionamento. A vítima e o suspeito ficaram juntos por um ano.
A clínica foi fechada nesta quinta-feira e um comunicado foi colado na entrada dizendo que o local não reabrirá também nesta sexta-feira (27) por motivo de luto.
A perícia da Polícia Civil foi acionada para o local. Por nota a polícia informou que "irá apurar as circunstâncias da ocorrência. A equipe da perícia compareceu no local dos fatos, onde fez os primeiros levantamentos. O corpo do homem foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) André Roquete, em Belo Horizonte".
Por nota a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a vítima "utilizava o aparelho de rastreamento (Unidade Portátil de Rastreamento – UPR) e, por duas vezes, nos dias 03 e 05/11, ela foi alertada sobre a aproximação do agressor. Nestas datas, (o suspeito) também recebeu o alerta da unidade para que se afastasse do perímetro onde estava a vítima. O Depen-MG (Departamento Penitenciário de Minas Gerais) reitera que segue acompanhando o caso e trabalha em parceria com as demais forças de segurança para elucidar todas as questões pertinentes ao fato. Informações mais detalhadas serão repassadas oportunamente de acordo com o esclarecimento de alguns fatos"
Botão de Pânico
O botão de pânico é um dispositivo disponível para mulheres vítimas de violência doméstica. Se houver desrespeito a distancia protetiva a mulher pode acionar a Guarda Municipal ou a Polícia Militar por meio do botão. Ele também grava conversar com até cinco metros de distância.