O desespero para fugir da reação de populares após tentar assaltar uma mulher que estava em um ponto de ônibus do bairro São Bento, na região Centro-Sul da capital, fez com que um homem, ainda não identificado, morresse afogado na lagoa da Barragem Santa Lúcia na manhã deste sábado (13).
O suspeito, que de acordo com a PM aparenta ter cerca de 30 anos, pulou na lagoa com medo de ser agredido por populares, que após a tentativa de assalto correram atrás dele aos gritos. “Não sabemos o que ele tentou roubar da moça. Os populares teriam corrido atrás dele para tentar contê-lo. Na lagoa, o autor entrou e não saiu. As testemunhas dizem que ele adentrou e, na tentativa de retornar, dando continuidade a fuga, percebeu a presença de alguns populares que ainda estavam em seu encalço e retornou mais uma vez à lagoa. Daí, não teria retornado mais”, contou o tenente Jefferson Costa, da Polícia Militar.
Uma mulher que mora em frente à lagoa, e pediu para não ser identificada, contou à reportagem que viu todo o fato e lamentou o desenrolar da situação. “A moça começou a gritar pedindo socorro e o pessoal começou a gritar ‘pega ladrão’. Aí veio um carro e começou a perseguir o moço. Ele veio correndo e entrou na água. Todo mundo correndo atrás. Um senhor de bicicleta parou, começou a xingá-lo muito, falando que ele tinha que morrer. Uns rapazes que trabalham ali começaram a falar para ele sair para não se afogar. Um vendedor de carro, quando viu que ele ia se afogar, falou que ia embora para não ver isso. Aí ele foi afundando e levantando. Aqui é muito fundo. É totalmente sem juízo mas, nem por isso, desejo isso para alguém. Muito triste. Esse tipo de assalto tem demais aqui, mas não com um fim desses”, contou.
A vítima do suposto assalto, segundo testemunhas, teria entrado dentro do ônibus logo após a fuga do rapaz. O assaltante foi encontrado a quatro metros de profundidade após dois minutos de mergulho dos bombeiros. Às margens da lagoa, uma réplica de arma de fogo foi recolhida. “Quando encontramos o corpo, já tinha mais de uma hora de submersão, então já se considera óbito. Primeiro fizemos o mergulho sem os equipamentos porque ainda precisávamos de agilidade para tentar salvá-lo. É o que chamamos de apneia. Não é recomendado se nadar na barragem, devido ao perigo”, explicou o tenente Danilo Braga, do Corpo de Bombeiros.
A perícia da Polícia Civil esteve no local e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), mas, segundo a corporação, até às 14h deste sábado, o homem ainda não havia sido reconhecido. Ele não portava documentos e usava um gorro e uma gargantilha. A polícia informou que ele possui uma tatuagem de martelo no braço direito.