Tragédia

Igam passará a monitorar o rio Paraopeba, atingido pela lama da Vale

São 90 pontos de monitoramento, cobrindo uma área de mais de 2,6 mil km de extensão do rio, que recebeu sedimentos de barragem em Brumadinho

Por Da redação
Publicado em 03 de dezembro de 2019 | 22:51
 
 
 
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A mineradora Vale firmou um Termo de Compromisso (TC) com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) que estabelece a a transferência de todas as ações de monitoramento de recursos hídricos e sedimentos ao longo da bacia do rio Paraopeba e no rio São Francisco para o Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam).

Pelo acordo, a Vale arcará com a contratação de auditoria técnica independente que ficará responsável por supervisionar o processo de transferência, previsto para durar 26 meses. Todos os demais custos inerentes ao TC são de responsabilidade da Vale. Após esse período, por dez anos, a Vale permanecerá custeando as atividades de monitoramento.

O TC prevê ainda que a auditoria, que será feita pela Aecom do Brasil, atue no programa de distribuição de água potável para as comunidades impactadas pelo rompimento da barragem B1 da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.

Monitoramento

Segundo a Vale, a mineradora monitora a qualidade da água do Paraopeba desde janeiro. Atualmente, são 90 pontos de monitoramento cobrindo uma área de mais de 2,6 mil km de extensão, que inclui o ribeirão Ferro-Carvão, rio Paraopeba, 10 de seus afluentes e o São Francisco até sua foz no oceano Atlântico.

Até o momento, já foram realizadas cerca de 4 milhões de análises de água, solo e sedimentos em mais de 31 mil amostras. Esse trabalho analisa diversos parâmetros, como a presença de metais na água, pH e turbidez.

A Vale também realizou ensaios de ecotoxidade ao longo do Paraopeba com a finalidade de entender as consequências do depósito de rejeitos no curso d'água. Os resultados obtidos até o momento, de acordo com os estudos, não apontam efeitos tóxicos nas amostras de água.

A proibição de captação direta de água no rio ainda se mantém como medida preventiva. Não existe restrição para captação de água subterrânea para quem está a mais de 100 metros da margem do rio. O uso da água nos trechos que estão antes do município de Brumadinho e depois da Usina de Retiro Baixo está liberado para os demais fins.

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