O resultado da investigação feita pela Polícia Civil de Minas Gerais a cerca da intoxicação causada pela ingestão de cervejas da marca Backer vai ser enviado para as autoridades policiais de São Paulo. Isso porque os investigadores identificaram que a empresa que fornecia monoetilenoglicol em Barueri, no interior de São Paulo, para a empresa cervejeira mineira vendia dietilenoglicol misturado ao monoetilenoglicol sem que a Backer soubesse.

Segundo o delegado Flávio Grossi, há indícios de que a empresa paulista fazia a mistura de forma proposital. “A empresa (Backer), de fato, nunca comprou o dietilenoglicol, isso é um fato. Mas ele vem misturado junto ao monoetilenoglicol. Provavelmente ele veio de São Paulo, de uma grande distribuidora. É importante destacar que esses produtos vem em grande containers da China e da Índia. Então a nossa rastreabilidade findou até essa empresa”,  explicou.

A explicação botaria um ponto final na questão de como a substância dietilenoglicol foi parar nos tanques da cervejaria, já que a empresa alegou, ao longo toda a investigação, apenas ter adquirido monoetilenoglicol. Apesar disso, segundo o delegado, a indicação do fabricante do sistema de refrigeração afirma que, no caso do uso do tanque de refrigeração para armazenamento de produtos alimentícios, a substância utilizada para resfriação precisa ser do tipo não tóxica como propietilenoglicol e etanol.

“Se eles estavam usando o chiller, que é o refrigerador e ele indica o uso do propietilenoglicol, daí pra frente só poderia ter o propietileno, que é uma substância não tóxica. Se o tanque indica que deveria ser utilizado o álcool não tóxico, duplamente havia um erro”, diz.