Mais um parque anunciou que vive a iminência de fechar as portas de vez. Após a reportagem de O TEMPO revelar a situação de penúria pela qual vem passando o Parque Guanabara, agora foi o Ita Park, instalado ao lado do Minas Shopping, no bairro São Paulo, região Nordeste da capital, que comunicou a situação de penúria financeira.
A administração admite que pode ter que desligar os brinquedos para sempre e retirá-los do local. Alguns equipamentos, inclusive, já saíram do endereço na semana passada e foram enviados ao Rio de Janeiro, onde o funcionamento de parques de diversão foi autorizado no início de setembro. “Eu preciso trabalhar. Estamos indo para onde (os parques) estão abertos”, disse Andréa Moreira, administradora do Ita Park. Os parques de diversões fecharam no início da pandemia do coronavírus.
Após sete meses fechado, a situação do Ita Park é parecida com a do Guanabara. “Está totalmente inviável. Não temos apoio de lado nenhum. Eles (poder público) liberam tudo, mas parque não. O motivo ninguém sabe”, reclama Andréa. Fundado há cinco décadas em Goiânia, o Ita Park está estacionado na capital há cerca de três anos. Anteriormente esteve em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Expectativa no Parque Guanabara
Após a publicação da reportagem que contou as incertezas sobre o futuro do Guanabara, representantes da prefeitura procuraram o tradicional parque da Pampulha para dar início à avaliação de protocolos de retomada das atividades. Oficialmente, no entanto, a prefeitura da capital segue informando que não há previsão para flexibilização desta atividade de entretenimento, e que continua acompanhando o impacto das primeiras fases de reabertura nos indicadores epidemiológicos.
A Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra) disponibilizou um protocolo feito pela entidade para ajudar o trabalho da prefeitura. A Adibra afirma, inclusive, que já havia enviado ao Executivo municipal um ofício sobre o assunto em junho. Dono do Parque Guanabara, Reynaldo Pereira está otimista após a repercussão da reportagem. Um abaixo-assinado foi criado pedindo que o parque não feche definitivamente. O proprietário acredita que a autorização de funcionamento do parque esteja a caminho. “Espero que o assunto comece a ser tratado essa semana”, disse.
Na proposta da entidade que representa os parques de diversão constam recomendações sobre as regras que esses lugares deverão seguir após a reabertura. Higienização constante de todas as áreas de contato e marcação no chão para garantir o distanciamento social são algumas delas, segundo informou Vanessa Costa, presidente da entidade.
Nas palavras da representante, o impacto da pandemia no ramo de lazer e diversão é “catastrófico”. Além de parques temáticos, aquáticos e de diversões, a entidade engloba também lojas de jogos eletrônicos, geralmente instaladas em shoppings, e bufês infantis. Ela informa que 70 lojas de jogos em shoppings fecharam as portas em definitivo em todo o país. Entre os bufês infantis, 43% já informaram que não conseguem retomar as atividades. Juntos, esses estabelecimentos contabilizam cerca de 600 operações no Brasiil, geram 130 mil empregos diretos e indiretos, movimentam R$ 5 bilhões de faturamento ao ano e atraem 55 milhões de visitantes anualmente, segundo dados da Adibra.