No Fórum

Justiça vai ouvir hoje tatuador suspeito de abusar de clientes na Savassi

Leandro Caldeira Alves passa pela 2º audiência de instrução e julgamento no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte

Por Natália Oliveira e Lara Alves
Publicado em 03 de julho de 2019 | 08:22
 
 
 
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O tatuador Leandro Caldeira Alves, de 44 anos, suspeito de abusar de clientes durante sessões de tatuagem em seu estúdio, na avenida Nossa Senhora do Carmo, no bairro Savassi, na Região Centro-Sul, será ouvido pela Justiça na tarde desta quarta-feira (3). 
Ele passa pela 2º audiência de instrução e julgamento no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.

Por meio da assessoria de imprensa, o Fórum informou que o processo corre em segredo de Justiça por se tratar de crime sexual e que não serão dados detalhes de testemunhas que serão ouvidas. 

Em abril a  Polícia Civil de Minas Gerais encaminhou à Justiça o inquérito que apurou as denúncias de abuso sexual feitas por 19 vítimas contra o homem. 

A tipificação do crime, prevista no artigo 215 do Código Penal e que prevê pena de prisão de dois a seis anos, é explicada pelo fato de que as vítimas eram enganadas para acreditar que os abusos eram necessários para a realização do procedimento. Leandro foi preso no dia 31 de março.

Entenda o caso 

As denúncias vieram à tona depois de uma publicação feita pela ativista Duda Salabert, no último dia 16 de março, em que ela contava sobre sua preferência por tatuar com profissionais mulheres. Salabert recebeu mais de 40 denúncias de assédio e abuso sexual, todas elas relatadas por mulheres que frequentaram, em algum momento, o estúdio desse tatuador. Os relatos datam desde 2012. 

Na ocasião, a ativista contou que estava disposta a protocolar uma ação coletiva no Ministério Público com a intenção de representar todas as vítimas. Tatuadoras de Belo Horizonte também se dispuseram a cobrir os trabalhos feitos pelo acusado. 

Em um dos casos, uma jovem de 26 anos, que preferiu não ser identificada, contou que fez sua primeira tatuagem com o homem quando ainda tinha 19 anos. Na ocasião, ela foi acompanhada pela mãe que esperou do lado de fora. Ela relatou que durante o processo, sua cabeça foi colocada em cima do colo do tatuador que, por diversas vezes, chegou a firmar a cabeça dela contra o pênis.

Logo que as primeiras denúncias surgiram, a reportagem de O TEMPO conversou com o tatuador. Na ocasião, ele afirmou que não tinha nada a declarar e que estava se resguardando contra os xingamentos recebidos pelas redes sociais. "Estou passando muita vergonha, muito constrangimento. Eu não fiz nada", disse. 

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