“Rodovia da morte”

Mais de um terço das batidas em BRs ocorre na 381 

Trecho mineiro da estrada registra média de 1,1 colisão por hora

Por Joana suarez
Publicado em 04 de junho de 2014 | 03:00
 
 
 
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O trecho mineiro da BR–381 – rodovia federal com mais mortes e acidentes nos últimos três anos – tem em média 1,1 colisão por hora, enquanto nas outras estradas federais que passam pelo Estado essa média é de 1,8. Em 2013, foram 289 mortes na BR–381, 5,4% a mais que no ano anterior, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nada honroso, o cenário tem destruído famílias como a de um motorista que morreu nessa segunda na rodovia, após colidir frontalmente o veículo que dirigia com um caminhão, em João Monlevade, na região Central. 
 

Os prejuízos não param por aí. No último domingo, na altura de Betim, na região metropolitana, o tombamento de uma carreta conduzida por um motorista alcoolizado interditou uma faixa da rodovia por cerca de 20 horas.

São também nessa estrada que ocorrem cerca de 38% dos acidentes e 23% das mortes em vias federais de Minas. A pista simples e as mais de 200 curvas fechadas nos 118 quilômetros entre a capital e João Monlevade são algumas das razões para a BR–381 ser chamada de “rodovia da morte”, conforme especialistas. “O traçado é propício para acidentes. A duplicação reduziria 90% das mortes, que em sua maioria ocorrem por colisão frontal”, destacou José Aparecido Ribeiro, especialista em transportes e presidente da ONG SOS Rodovias Federais de Minas.

A duplicação teve início no último mês, em sete dos 11 lotes previstos entre a capital e Valadares, no Vale do Rio Doce. No entanto, os lotes que ficam próximos à capital não têm empreiteira. O edital está sendo revisto para atingir o preço pretendido pelas construtoras.

O bom uso das estradas por parte dos condutores é fundamental, segundo o inspetor da PRF-MG Aristides Júnior. “Não adianta só melhorar a via se não houver colaboração dos motoristas.”


Radares e lei seca aliviam a violência

O número de acidentes nas BRs que cortam Minas caiu 1,2% em 2013 em relação a 2012. No período anterior (2012 contra 2011), a queda havia sido de 2,5%. As reduções tímidas, conforme a Polícia Rodoviária Federal em Minas, devem-se à implantação de radares e ao maior rigor na fiscalização da Lei Seca.

Em todo o pais, já foram implantados 2.000 dos 2.696 radares previstos no plano do governo federal, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

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