Cerca de 300 pessoas tomaram as ruas de Belo Horizonte ontem para pedir a legalização da maconha. A "Marcha da Maconha" é um evento mundial, que no Brasil tem mobilizações programadas para São Paulo, Brasília e Fortaleza. Além de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Florianópolis sediaram protestos.
Na capital mineira, os manifestantes se concentraram por volta das 15h de ontem, na praça da Estação. Eles seguiram em marcha até a sede da prefeitura, de onde seguiram para a praça da Liberdade, onde fecharam a manifestação.
"Eu sou maconheiro, com muito orgulho, com muito amor" e "Ei, polícia, maconha é uma delícia" eram alguns dos vários gritos de guerra que os manifestantes entoaram no percurso.
"O que queremos com a liberação da maconha é combater o crime organizado. Somos contra o tráfico, mas a política nos obriga a comprar a droga na mão de traficantes", disse um dos organizadores do movimento, Jair Francisco da Silva Júnior. Vinte e sete policiais militares acompanharam o ato. "A manifestação é livre. O que não podemos admitir é a prática do crime como apologia à droga, venda ou utilização da maconha", disse o capitão Wallace Caetano Pio, que comandou o policiamento. A manifestação, segundo ele, foi pacífica.
O fotógrafo Rafael Lage é usuário da droga há 11 anos e defende o direito de fazê-lo sem ser punido. "Se eu puder plantar a maconha que eu uso, não vou ter que me submeter a criminosos. Sem contar que teria um produto de mais qualidade, que eu saberia a procedência ", disse.
Nem todos pensam assim. Por onde a marcha passava, pessoas assustadas pareciam não acreditar no que viam. "Estou perplexa. É muito triste ver isso. Maconha é um mal que acaba com o mundo", comentou a cabeleireira Sônia do Carmo, 66, que parou de trabalhar para ver a marcha.
A aposentada Maria Gomes Fonseca, 57, também é contra a liberação da droga. "Esses jovens têm é que criar vergonha na cara e trabalhar", disse, inconformada.