Minas Gerais registra nesta terça-feira (23) o sétimo recorde seguido na média móvel de mortes confirmadas por Covid-19, com 201 óbitos por dia ao longo da última semana, segundo o Termômetro da Covid do portal O TEMPO.

De acordo com o monitoramento, realizado a partir dos dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), os últimos sete dias foram os mais fatais da pandemia em solo mineiro, com ao todo 1.408 óbitos registrados no período. O aumento na média é de 47% na comparação com duas semanas atrás.

Esta é a primeira vez que o indicador supera a casa das duas centenas. Para se ter uma ideia, o Estado só havia ultrapassado a marca de cem vítimas diárias em dois momentos durante a "primeira onda", em agosto do ano passado (veja o gráfico abaixo).

A tendência observada é de alta na média de mortes por Covid em 12 das 14 macrorregiões de saúde do Estado, com destaque para os aumentos nas regiões Noroeste, Norte, Sudeste, Sul e Triângulo Sul. As exceções são o Jequitinhonha, em queda, e o Triângulo Norte, onde a curva se mostra estável, mas ainda próxima ao patamar mais elevado de toda a pandemia.

Novos casos

Já a média de novos casos da doença em Minas Gerais caiu pelo segundo dia seguido e ficou em 8.501, ainda bem próxima ao recorde de 8.883, registrado no domingo (21). O número representa um total de 59.511 diagnósticos nos últimos sete dias e um aumento de 44% no ritmo de confirmações em relação a duas semanas atrás.

A tendência também é de alta em 12 das 14 macrorregiões. As únicas em ritmo de redução nos diagnósticos são o Noroeste e o Triângulo Norte, que foram as primeiras a terem sido submetidas à Onda Roxa do programa Minas Consciente, com restrições mais rígidas à mobilidade da população.

Segundo o último boletim epidemiológico da SES-MG, Minas Gerais chegou nesta terça-feira (23) a um total de 22.123 óbitos e 1.040.198 casos confirmados de Covid-19.

 

Veja mais detalhes do monitoramento:
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Entenda o gráfico

O Termômetro da Covid apresenta a evolução da média móvel de novos óbitos e casos confirmados nos últimos sete dias e tem como parâmetro de comparação os mesmos dados registrados há duas semanas.

Se a média de hoje superar em mais de 15% o valor de duas semanas atrás, então a situação observada é de crescimento acelerado. No outro oposto, uma redução superior a 15% representa desaceleração. Se a variação for de até 15% para mais ou para menos, a média se encontra em um nível de estabilidade.

O uso da média móvel se justifica pela grande oscilação das notificações entre os diferentes dias da semana. Ela fica muito clara quando se observa a variação em feriados, fins de semana, segundas e terças-feiras, devido ao represamento dos testes nos laboratórios ou a atrasos nos registros pelas prefeituras. Desta forma, a média móvel mostra tendências mais consistentes do que os dados diários.

Já a janela de duas semanas para comparação se explica pelo tempo médio de ação do vírus e de demora seja no processamento de exames ou na divulgação dos resultados pelos sistemas oficiais utilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG).

Esta é a mesma metodologia utilizada, por exemplo, pelo jornal The New York Times.

Os dados são provenientes dos boletins epidemiológicos oficiais da SES-MG e referem-se aos municípios de residência dos pacientes. Isso explica eventuais números negativos, uma vez que os casos podem ser revisados ou "transferidos" de cidade.

Os registros são detalhados por município e agrupados por microrregião e macrorregião, de acordo com a organização do SUS (Sistema Único de Saúde). Essa definição é importante, pois leva em conta a estrutura da rede assistencial. Caso uma cidade tenha números baixos, isso não necessariamente significa uma situação confortável, pois a maioria dos municípios não possui leitos de UTI ou equipes especializadas e precisa encaminhar pacientes para os polos micro e macrorregionais.