Em Lima Duarte

Menino de 3 anos é espancado até a morte pelo padrasto, após urinar na cama

Assistentes sociais que monitoravam a família foram à casa logo após o crime e padrasto e mãe da criança demonstraram frieza e não contaram sobre a morte

Por Natália Oliveira
Publicado em 03 de junho de 2020 | 12:20
 
 
 
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Um menino de apenas três anos de idade foi espancado até a morte pelo padrasto por ter urinado e defecado na cama em Lima Duarte, na Zona da Mata. O suspeito de 33 anos foi preso pela Polícia Civil nesta terça-feira (2) e confessou o crime. Ele disse que o enteado estava na transição de retirada da fralda e aprendendo a usar o vaso, com isso ele acabou fazendo suas necessidades fisiológicas na cama do padrasto. O homem ficou nervoso e deu vários socos no abdômen da vítima até matá-la. 

A criança já chegou morta a uma unidade de saúde de Lima Duarte e foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML) de Juiz de Fora, também na Zona da Mata. A mãe da criança, de 26 anos, foi questionada pelos peritos acerca do óbito e contou que a criança tinha sido espancada pelo companheiro dela na casa da família, no bairro Poço das Pedras, nesta segunda-feira (1).  

 “A médica legista constatou inúmeras lesões no corpo causando a morte por politraumatismo na região abdominal da criança e a equipe conseguiu levantar a autoria e motivação do crime. O autor vai responder por homicídio duplamente qualificado em razão da motivação e o meio de execução do crime”, disse o delegado Rodrigo Rolli, Titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Juiz de Fora.

De acordo com o delegado a família tinha um histórico de violência familiar e era monitorada pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Lima Duarte.

“Inclusive no dia do crime assistentes sociais estiveram na casa da vítima e nada de anormal foi constatado.  Pela nossa investigação, o espancamento foi por volta de 11h da manhã e, por volta de 12h, o serviço social esteve na casa e em nenhum momento o casal falou nada sobre o crime. O que demonstra a frieza deles com a criança que tinha acabado de ser espancada. A assistente social que esteve na casa, inclusive nos disse que ficou muito espantada ao saber sobre a morte do menino, por não ter percebido nada de diferente”, ressaltou o delegado. 

O suspeito do crime foi preso ao chegar ao IML. “Nós montamos uma campana próxima ao IML e com o retorno dele para pegar os papéis e fazer o enterro da criança, nós efetuamos a prisão em flagrante. Ele alegou, friamente, que tinha batido muito na criança e que ela tinha vindo a óbito e a motivação era porque as criança estava aprendendo a fazer as necessidades e como fez na cama dele, ele ficou nervoso e espancou a criança”, contou o  inspetor Anderson Salvador que efetuou a prisão. 

O casal, de acordo com a Polícia Civil, começou a se relacionar há sete meses e há quatro meses estavam morando juntos.  A mulher tem uma filha de seis anos, fruto de outro relacionamento, e está grávida de dois meses do suspeito. Ela será investigada por abandono ou até mesmo negligência em relação a morte do filho. Segundo o delegado, assistentes sociais do Cras,  familiarese vizinhos da vítima serão chamados para serem ouvidos. “Há um histórico de, no mínimo, três semanas de violências envolvendo a criança”, reforçou. 

Suspeito do crime tinha deixado a prisão em fevereiro

O padrasto da vítima tinha deixado a prisão em fevereiro deste ano, quando se mudou com a mulher e as crianças de Muriaé, também na Zona da Mata, para Lima Duarte. Ele estava detido no presídio de Muriaé por crimes contra o patrimônio como roubo, furto e receptação. O homem tinha várias passagens pela Polícia Militar. 

O casal começou a se relacionar quando o homem ainda estava preso e assim que ele deixou o presídio passaram a morar juntos. Já sabendo do histórico de agressividade do suspeito, o Cras de Muriaé avisou o Cras de Lima Duarte e pediu o acompanhamento da família.

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com o Cras de Lima Duarte e foi informada que detalhes sobre o acompanhamento da família são sigilosos, sendo assim o órgão não vai se pronunciar sobre o ocorrido.  O suspeito já foi encaminhado ao sistema prisional e está a disposição da Justiça. 

 

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