A advogada Elisa* tem pouco menos de 30 anos e não esteve no exterior recentemente — ela está, portanto, fora do grupo de risco para contaminação por coronavírus. Mas, no último fim de semana, ela participou de uma grande festa de formatura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e não tem ideia de onde vinham as pessoas com quem teve contato na ocasião.
Nessa segunda-feira (16), foi parar em um hospital da Unimed. “Eu estava febril, com muita dor, tossindo muito e com falta de ar. Fiz raio-x da face e do pulmão, um hemograma, um exame de sangue na artéria para checar embolia pulmonar e uma tomografia”, conta Elisa*.
Ela insistiu com a médica para fazer um teste de coronavírus, mas recebeu uma negativa, porque seu caso não se enquadraria nos pedidos de exame. Voltou para casa com um diagnóstico de infecção respiratória grave indefinida e recomendação de se isolar por 14 dias.
Na última semana, a Agência Nacional de Saúde (ANS) tornou obrigatória a cobertura do exame para os convênios médicos. Ainda assim, ele só é indicado por médicos nos casos que se encaixam nos parâmetros do Ministério da Saúde - como histórico de viagem ao exterior ou contato com pessoas contaminadas.
Procurada pela reportagem, a Unimed-BH informa que está seguindo rigorosamente as recomendações dos órgãos de saúde e que o exame para o coronavírus só está sendo indicado para pacientes com característica de caso suspeito ou provável do Covid-19, identificado como sintomático pelo médico, conforme o protocolo.
José Fernando Rossi, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), em Minas Gerais, prevê que as operadoras podem aumentar o preço dos planos ainda neste ano para compensar gastos com os exames.
*O nome real da paciente foi preservado a pedido dela