Novo protocolo

Minas Gerais investiga três casos suspeitos de reinfecção pelo coronavírus

Registros de pessoas que podem ter sido infectadas duas vezes estão sendo acompanhados em Belo Horizonte, Contagem e Varginha

Por Rafaela Mansur
Publicado em 08 de setembro de 2020 | 13:28
 
 
 
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Minas Gerais investiga atualmente três casos suspeitos de reinfecção pelo novo coronavírus: um em Belo Horizonte, um em Contagem, na região metropolitana, e outro em Varginha, no Sul, de acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral. Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (8), ele voltou a destacar a importância da manutenção do distanciamento social, do uso de máscara e da limpeza das mãos.

São considerados casos suspeitos de reinfecção aqueles em que os pacientes voltam a apresentar sintomas de Covid-19 em período igual ou superior a 90 dias após a primeira confirmação laboratorial da doença. Essas pessoas devem ser testadas por RT-PCR e, em caso de resultado positivo, as amostras das duas infecções devem ser enviadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed), que fará o sequenciamento genético para verificar a presença de mutações, conforme o novo protocolo do Estado.

"Esses casos ainda estão em acompanhamento, estamos observando, fazendo toda a checagem, porque o número de reinfecções avaliado no mundo é muito pequeno ainda. Confirmado, temos apenas um caso até o momento (no mundo). É muito importante que tenhamos muito cuidado e façamos uma checagem muito bem feita, com avaliação do exame feito anteriormente e do exame atual para termos certeza. Até o momento, não temos casos confirmados (em Minas Gerais)”, disse o secretário.

O primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus no mundo foi confirmado em agosto, em Hong Kong. O paciente, um homem de 33 anos, foi infectado pela segunda vez 142 dias após a primeira contaminação. Os pesquisadores descobriram que o vírus da segunda infecção pertencia a uma linhagem diferente da primeira.

Sobre a morte do técnico de enfermagem Libério Tadeu Fonseca Pereira, de 22 anos, de Itatiaiuçu, na região Central, que levantou a possibilidade de reinfecção, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que o caso foi encerrado como inconclusivo. Ele tinha sido contaminado em abril, voltou a testar positivo no fim de junho e morreu em julho por complicações da doença.

"A primeira amostra, coletada e descartada pelo laboratório privado que realizou a análise, inviabilizou a investigação por parte da SES-MG. A reinfecção só poderá ser comprovada no caso de a pessoa possuir o primeiro e segundo exames de PCR que, no caso mencionado, não foi possível pelo fato do laboratório não disponibilizar o resultado do exame. As duas amostras são imprescindíveis para fazer o sequenciamento genético e avaliar se o vírus da primeira infecção é diferente do da segunda infecção (neste caso serão observadas mutações genéticas que diferenciarão ou não os vírus)", disse a pasta, em nota.

Isolamento

De acordo com o secretário Carlos Eduardo Amaral, o isolamento social tem ficado entre 39% e 41% no Estado – o índice considera a população que não está saindo de casa e pode flutuar para mais ou para menos. No entanto, segundo ele, a sociedade tem adotado outras medidas que contribuem para a prevenção.

“No início, quando orientamos o isolamento, era efetivamente que as pessoas ficassem em casa, não havia ainda hábito da sociedade de lavagem das mãos, uso de máscara e distanciamento. Hoje, nós vemos que a maioria das pessoas entendeu que é necessário. De forma geral, se somarmos o isolamento, mais o uso de máscara e o distanciamento, entendemos que o isolamento efetivo tem sido maior do que esse número”.

Queda das hospitalizações

Sobre a queda do número de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas Gerais nas últimas semanas, o secretário afirmou que isso é uma tendência, devido à elevação das temperaturas. Na 33ª semana, foram 3.246 hospitalizações. Na última semana, a 36, foram 380, uma redução de 88%.

De acordo com Amaral, a queda se deve tanto à melhora no perfil epidemiológico da Covid-19 quanto à redução de notificações de SRAG por outros vírus, como o influenza. “É de se esperar que daqui para a frente tenhamos redução da SRAG, uma vez que SRAG não é sinônimo de Covid. Temos vários outros vírus que circulam no inverno, e, à medida que as temperaturas sobem, temos tendência de redução de notificações de SRAG”, explica.

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