A morte do empresário e engenheiro Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, em Belo Horizonte, no último final de semana, reacendeu o debate sobre a segurança das patinetes elétricas. A morte do empresário foi o primeiro caso de vítima fatal envolvendo o modal no país. Somente entre janeiro e maio, o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII recebeu 85 vítimas de acidentes com patinetes na capital.
Segundo especialistas, a falta de equipamentos de segurança e a velocidade das patinetes são os fatores para os acidentes. Nesta segunda-feira, a reportagem de O Tempo flagrou quatro jovens andando de patinete na região Centro-Sul da capital. Em todos os casos, ninguém usava equipamento de segurança. A reportagem circulou por quase três horas pela Savassi, praça da Liberdade e pela área hospitalar, no centro de Belo Horizonte.
"É como andar de bicicleta, ninguém usa capacete. É normal. A diferença é que agora as pessoas estão andando na rua. A cidade não tem estrutura para isso. É um meio de transporte, mas não tem como usar. As calçadas são irregulares, não tem local apropriado", justificou o advogado André Mattos, de 34 anos. Ele costuma utilizar as patinetes durante o intervalo de almoço.
Regulamentação
Em julho, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) vetou integralmente o projeto de lei que tratava do uso de patinetes elétricos aprovado pela Câmara Municipal. Para Kalil, a proposta aprovada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte é inconstitucional, uma vez que, segundo o prefeito, a responsabilidade de planejar, dirigir e controlar os serviços de transporte coletivo e individual de passageiros é do município.
Na época, a prefeitura informou que a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) estava realizando estudos para fazer a regulamentação do serviço. No entanto, não havia um prazo para a conclusão do levantamento.
Se o projeto fosse aprovado, as empresas teriam que credenciar os serviços para funcionamento no município e seguir uma série de regras. Entre as normas, as empresas iriam precisar adotar medidas para incentivar o cumprimento, pelos usuários, das regras sobre espaços de estacionamento e equipamentos de segurança.
Acidente
Roberto Pinto Batista Júnior, de 43, anos, morreu na noite de sábado (7). Ele bateu a cabeça contra um bloco de concreto no cruzamento da avenida Paraná com a rua dos Tupis, no centro da capital.
O empresário sofreu traumatismo craniano grave e duas paradas cardiorrespiratórias. O corpo foi enterrado no último domingo (8).