MPF investiga situação de barragem com rejeitos nucleares no Sul de MG

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu realizar na quinta-feira (4), uma inspeção minuciosa na estrutura da barragem de rejeitos nucleares da Unidade de Tratamento de Minérios (UTM), no município de Caldas, região Sul do Estado. Uma vistoria feita em novembro do ano passado por técnicos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), concluiu que há riscos de rompimento devido a possíveis processos de erosão interna. 

De acordo com o MPF, a decisão de vistoriar a estrutura foi tomada após a entrega do Plano de Ação Emergencial de Barragens (PAEBM) pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa responsável pela barragem, no dia 29.

Depois de analisar os documentos, o órgão entendeu que as medidas estabelecidas não foram cumpridas pela instituição e, em nota enviada à imprensa, o MPF concluiu que a empresa sequer cumpriu todas as medidas de alerta, comunicação e orientação à população que vive nos arredores do complexo.

"O MPF decidiu fazer vistoria no local para verificar as condições da barragem e planejar novas medidas, judiciais ou não, em face dos responsáveis pela estrutura", explicou o órgão em nota. 

Histórico

A barragem da INB contém material radioativo resultante da exploração da primeira mina de urânio do Brasil. Apesar de ter sido desativada em 1995, o complexo ainda mantém todas as suas estruturas de retirada e beneficiamento intactas e completamente contaminadas com resíduos radioativos.

A barragem, foco da vistoria, está repleta com milhares de toneladas de rejeitos contendo urânio, tório e rádio, de acordo com informações do MPF. 

O que diz a empresa

A reportagem entrou em contato com a empresa, mas esta afirmou não saber sobre a vistoria. Destacou também que, assim que tiver posicionamento, se pronunciará.

(com Agência Brasil)