Brumadinho

'Muito machucado, mas vivo', diz mulher de vítima encontrada viva

Empresa em que o homem prestava serviços confirmou que ele foi achado com vida após rompimento de barragem

Por Mariana Nogueira
Publicado em 27 de janeiro de 2019 | 14:12
 
 
 
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Quando o telefone de Mirian Ramos de Souza, 34, tocou informando que o marido dela, o técnico em segurança do trabalho Leandro Rodrigues Conceição, 33, havia sido encontrado vivo na região do córrego de Feijão, a mulher só pensava em encontrar o filho, de 3 anos, para contar a notícia. Neste último sábado (26), João Pedro questionou à mãe se o pai não iria mais voltar e ela havia prometido: "ele vai voltar". Neste domingo (27), ela viu a esperança tomar forma. 

No telefone, Mirian comunicava aos parentes e amigos próximos a novidade. "Ele está muito machucado mas tá vivo. Podemos comemorar", disse. "Eu só quero contar para o meu filho. Eu perguntei se a notícia é verdadeira e a moça disse que é. Quem me confirmou foi a secretária da CBE Engenharia, porque ele prestava serviço pra lá", disse. Leandro Conceição era funcionário terceirizado e estava no local quando a barragem I da Mina do Córrego de Feijão rompeu.

Mirian mora com a família em Barbacena, na Zona da Mata. Apenas o marido morava em Belo Horizonte, onde trabalhava, mas sempre ia a Barbacena. "Eu estava lá e vim correndo quando soube. Eu não vejo a hora de localizar ele, ver ele, saber como ele está realmente. Ele está vivo. É o que acalma meu coração. Finalmente acabou esse pesadelo", disse.

Para que não restassem dúvidas quanto a identidade do marido, Mirian informou aos voluntários do Córrego do Feijão e funcionários da empresa onde  o marido trabalha características que pudessem identificá-lo. "Ele tem uma cicatriz na perna esquerda de quando rompeu o dedão. A moça achou a cicatriz, pegou o celular, comparou a foto com o ele e é ele mesmo", disse a mulher. O marido dela foi encontrado na região do Córrego de Feijão e encaminhado a um hospital que ainda não foi informado.

Enquanto tentava comunicar aos voluntários e funcionários da Vale e tentar informações sobre o local exato onde o marido estava, Mirian era interrogada pelas famílias dos outros desaparecidos. "Moça, moça, o seu marido foi encontrado? Onde? Onde ele tava?", perguntava uma mulher que também procura o companheiro. Sempre que ouvem o relato de Mirian, as pessoas se amontoam e tentam, juntas, acreditar que o mesmo pode acontecer a elas. "É uma esperança, né? Se isso aconteceu com ela, pode acontecer comigo", afirmou um homem que procura a filha.

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