Mulher que pode ser 1ª vítima da delta em MG morava no RJ e veio para velório

A idosa que morreu na última semana, infectada pela variante delta em Rio Novo, na Zona da Mata, que pode ser o 1º caso de óbito pela cepa em Minas Gerais, estava na cidade para o enterro de uma outra irmã. De acordo com o secretario municipal de saúde, Pablo Carpanez, a mulher tinha 74 anos e já havia tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19. 

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com o irmão da idosa, que disse que ela foi à cidade no fim de semana, entre os dias 7 e 8 de agosto, para ir ao velório de uma outra irmã, que teve um infarto. A idosa morava na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e se hospedou na casa desse irmão. 

“Ela já estava abatida quando chegou. Eu cheguei a colocar comida na boca dela, porque ela não queria comer. Mesmo tendo contato, dei sorte e não tive nada", diz o irmão, que preferiu não se identificar. Outros parentes que tiveram contato com ela não apresentaram sintomas da doença. "Ela era brava igual pimenta malagueta”, rememora. De acordo com ele, a irmã foi transferida para Juiz de Fora e morreu no último domingo (15). 

Procurada, a Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais informou que, até o momento, não foi notificada, oficialmente, por parte do município, sobre o óbito, e que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS-Minas) está em contato com a Regional de Saúde de Juiz de Fora para mais informações. 

De acordo com o secretário de saúde de Rio Novo, o município recebeu a confirmação da contaminação da paciente pela variante delta por telefone, na sexta-feira (20), por volta das 14h. "Ela (a paciente) deu entrada no pronto atendimento do município e foi encaminhada para Juiz de Fora, onde foi internado e depois veio a óbito", explicou Carpanez. 

Em suas redes sociais, a prefeitura da cidade emitiu um comunicado orientando que a população mantenha as medidas de combate à Covid-19. "Segundo estudos recentes, as vacinas são eficientes e protegem também contra a delta, mas ela é mais virulenta, ou seja, transmite mais rápido e infecta mais pessoas", informou. 

Delta em Minas Gerais
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirma 12 casos da variante até o momento, sendo nove por transmissão comunitária, conforme confirmou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, em entrevista na semana passada.

No entanto, neste fim de semana, as cidades de Mirabela, no Norte do Estado, e de Betim, na região metropolitana, confirmaram registros, ainda sem confirmação por parte da SES. Em Betim, segundo a prefeitura, trata-se de uma paciente, de 73 anos, não teve histórico de viagens recentes, o que configura transmissão comunitária, e segundo a prefeitura, "já estava vacinada com as duas doses da vacina e, mesmo sendo portadora de comorbidade, teve apenas efeitos moderados da doença, sem a necessidade de internação em UTI", informou em nota.