Estelionato

Mulher trans que usava nome de batismo para cometer crimes é presa em BH

Suspeita, que tem 29 anos, é acusada de mais de 18 crimes de furtos, estelionatos e receptação e foi presa em flagrante durante negociação

Por Mariana Nogueira
Publicado em 23 de dezembro de 2019 | 13:46
 
 
 
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Apontada como a autora de pelo menos 18 crimes de furto, estelionato e receptação, que teriam sido cometidos nos últimos cinco anos, uma mulher de 29 anos foi presa na última semana no salão de beleza em que trabalhava no bairro Castelo, em Belo Horizonte. O caso veio à tona nesta segunda-feira (23) em coletiva de imprensa da Polícia Civil. Os crimes, contudo, foram todos cometidos com o nome de batismo da mulher, transexual. Ela é acusada de anunciar imóveis de aluguel na internet e embolsar o dinheiro das vítimas sem concluir o negócio.

As principais áreas de atuação da suspeita seriam Belo Horizonte, Nova Lima e Contagem. Embora se identifique como transexual e adote o nome social, ela não tem nenhum registro oficial do nome em cartório. A prisão aconteceu na última sexta-feira (20) quando ela foi receber o dinheiro de mais uma vítima. Segundo a Polícia Civil, a pessoa que alugaria o imóvel desconfiou e acionou a corporação, que identificou já haver um mandado de prisão preventiva em aberto contra a mulher, que costumava anunciar sítios e apartamentos nos negócios fictícios.

“Tem pelo menos cinco indiciamentos pela Polícia Civil e já responde a vários inquéritos policiais, principalmente por uso de documentos falsos e falsificação de documento público. A prisão em flagrante foi no pagamento do valor que seria entregue. A pessoa desconfiou, comunicou a polícia e foi feito o flagrante inesperado”, afirmou o delegado Wagner Sales.

Mesmo tendo sido presa na última sexta-feira, a acusada teve mais um boletim de ocorrência registrado em seu nome de batismo nesta segunda-feira. A própria tia dela procurou a polícia para dizer que a suspeita utilizou, sem prévia autorização, os dados dela para alugar um apartamento em uma imobiliária.

De acordo com a Polícia Civil, há casos em que a autora de fato alugou os imóveis, mas para furtar os pertences de mobília das casas, como no caso de um furto registrado em 2017 na cidade de Nova Lima.

Procurada pela imprensa, a suspeita afirmou apenas que não cometeu os delitos. À Polícia Civil, contudo, ela confessa os crimes. Para o delegado Wagner Sales, facilidade no crime levanta alerta para a população. “Aproveito para esclarecer para a sociedade que tome muito cuidado nesse tipo de negociação. Ele fazia a oferta desse tipo de produto, notadamente imóveis, recebia parte do pagamento e o imóvel não aparecia”, disse.

Ainda de acordo com a polícia, as investigações continuam e um possível parceiro da acusada já foi apontado como participante nos crimes.

Operação

A prisão da estelionatária faz parte da operação 100% BH, que é comandada pelo 1º Departamento de Polícia Civil de Belo Horizonte. A operação, que começou no dia 25 de novembro, já resultou em 28 prisões, entre elas a de um casal acusado de vender drogas sintéticas nos entornos de uma faculdade no bairro Buritis, na região Oeste da capital, a prisão de um ex-PM de Montes Claros, suspeito de mais de 20 homicídios, e a de um transportador de uma carga ilegal de café de mais de R$ 400 mil.

“O foco da operação é combater a criminalidade, trazer mais segurança. É a Polícia Civil trazendo tranquilidade para a população de bem, principalmente nessa época do ano, em que há um fluxo de pessoas muito grande na rua fazendo suas compras natalinas”, afirmou o delegado Wagner Sales.

A operação vai até o dia 31 de dezembro deste ano.

 

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