Contra à dengue

Municípios cobram mais recursos para o combate ao Aedes aegypti

Cidades reclamam de atraso no envio de dinheiro para a saúde

Por Clarisse Souza
Publicado em 25 de novembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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A epidemia de dengue que atingiu Minas Gerais em 2019 não adoeceu apenas a população. A rede pública de saúde sucumbiu aos efeitos da doença e ainda luta contra as sequelas deixadas pelo surto que sobrecarregou postos de saúde e hospitais.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) anunciou que vai liberar, nesta semana, R$ 10 milhões para a atenção básica nos 853 cidades mineiras – média de R$ 11,7 mil por localidade – e orientou as prefeituras a usarem parte do recurso para combater a dengue. O anúncio, no entanto, foi criticado por gestores municipais, que reclamam que a verba é insuficiente e cobram a regularização dos repasses para a saúde.

Os R$ 10 milhões anunciados pelo governo estadual representam 10% de um repasse referente ao 1° quadrimestre de 2019. Esse valor, segundo a SES, deve ser aplicado em programas como saúde da família, controle ao tabagismo, vacinação e controle de endemias – que inclui o combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Além desse dinheiro, a secretaria afirma ter liberado, no decorrer do ano, R$ 12,8 milhões para as cidades mais afetadas pela dengue.

Para o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, o valor liberado para as prefeituras não é suficiente. “O governo precisa restabelecer os repasses, porque esse dinheiro não representa nada quando comparado ao que ele deve aos municípios”, critica Lacerda. 

Em Barão de Cocais, na região Central, um dos municípios que enfrentaram alta incidência de dengue durante o auge da epidemia em 2019, o prefeito Décio Geraldo dos Santos (PV) afirma que a cidade tem lutado com recursos próprios para evitar um novo surto. “Se formos contar com o Estado, estamos desguarnecidos”, se queixa. 

Resposta

Em nota, a SES informou que, ao todo, foram enviados R$ 3,9 bilhões em repasses gerais aos municípios em 2019. A pasta afirmou ainda que investiu em várias frentes de combate à dengue, com criação de forças-tarefa e apoio logístico aos municípios.

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