Risco de rompimento

Não há previsão para treinamento de evacuação para moradores de Macacos

As datas para treinamento dos mais de 5 mil moradores que vivem nas zonas secundárias devem ser marcadas nos próximos dias

Por Clarisse Souza e Lara Alves
Publicado em 27 de março de 2019 | 23:43
 
 
 
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A Defesa Civil de Minas Gerais informou na noite desta quarta-feira (27) que, apesar das sirenes terem soado no distrito de São Sebastião das Águas Claras, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, não há previsão para que ocorra o treinamento de evacuação da população que vive na zona secundária.

O alerta aconteceu para avisar a população que o risco de rompimento da barragem BR/B4 da mina Mar Azul, da Vale, foi elevado de 2 para 3, que representa iminente colapso da estrutura. 

"No momento, carros de emergência estão no local para evacuar os moradores se a barragem se romper ao longo da noite. Mas adotaremos providências semelhantes às de Barão de Cocais, treinaremos a população para conseguir evadir dos locais de risco em caso de rompimento", explicou o porta-voz da Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho. 

Apesar da urgência em treinar os moradores, ainda não há previsão para realização dos simulados, uma vez que até o dia 3 de abril, o órgão e representantes da Vale estarão envolvidos com o treinamento de fuga dos moradores de Santa Bárbara e São Gonçalo, em Barão de Cocais, na região Central de Minas. 

As duas comunidades que seriam atingidas pela mancha de lama se houver colapso da estrutura são Honório Bicalho e Raposos. Na primeira, a lama chegaria em uma hora e três minutos, enquanto que na segunda, a mancha só atingiria o povoado depois de uma hora e quarenta e seis minutos. "Se a barragem se rompesse hoje, os carros que estão no local ajudariam no resgate, mas seria tudo feito sem muita organização e às pressas", comentou Godinho. 

As datas para treinamento dos 2.900 moradores de Honório Bicalho e dos 2.300 que vivem em Raposos devem ser marcadas nos próximos dias. "Não temos datas específicas, mas sabemos que são ações que acontecerão, para que as comunidades saibam quais os pontos de encontro seguros, para onde devem ser deslocadas", comentou o porta-voz. 

Em Ouro Preto, na região Central do Estado, não haverá a necessidade da realização de simulados de evacuação, uma vez que as únicas quatro pessoas que vivem próximas às barragens Forquilhas I e III já foram evacuadas no dia 20 de fevereiro.

Pessoas com mobilidade reduzida

Bem como em Barão de Cocais, há uma grande preocupação em torno da evacuação de idosos e pessoas com mobilidade reduzida em caso de colapso total da barragem. Para garantir a segurança destes moradores, o coordenador do Comitê de Resposta Imediata da Vale, Marcelo Klein, informou que eles serão questionados sem têm condições de fugir do mar de rejeitos ou se já preferem ser alocados em hotéis localizados em zonas seguras. 

"A situação de escolas, hospitais e presídios que ficam em locais próximos à mancha também será analisada, como poderemos evacuar essas pessoas à tempo", informou Klein. 

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