Uma das vítimas do rompimento da barragem I da mina do Córrego do Feijão em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o professor e fundador da rede de cursos de idioma Number One, Marcio Paulo Mascarenhas, que completaria 75 anos nesta quinta-feira (31), usou o Facebook para fazer críticas às agressões ao meio ambiente na região do desastre. Há dois anos, ele e a a mulher, Cleosane Coleho Mascarenhas, que morreu no desastre, comandavam a pousada Nova Estância, destruída pela lama. O filho do empresário e do filho, que também se chamava Márcio, foram identificados nesta quarta-feira (30).
"Estão acabando com tudo em volta. Onde antes era uma mata cheia de nascentes, hoje está virando um deserto empoeirado e sem vida. O que é mais importante, o dinheiro ou as pessoas que morrem de doenças pulmonares por estarem respirando esse pó poluído com minerais pesados e bebendo água misturada com esse mesmo veneno? Lençóis freáticos entupidos. Pulmões entupidos e o turismo ecológico que antes era fonte de riquezas para a região se transformando em deserto 'poeirento' e desabitado. Cenário horrendo de um futuro que começou a décadas atrás. Será que ainda há esperança?", questionou o empresário na rede social.
Os comentários chamaram a atenção na época da publicação e voltaram à tona após a tragédia com a barragem da Vale em Brumadinho. Questionado sobre o que estava acontecendo naquele momento por um amigo na rede social, Márcio respondeu: "Tem muito tempo que começaram. Agora piorou. Intensificou com maquinário moderno e mais eficaz".
No sábado (26), um dia após a tragédia, uma amiga de Mascarenhas voltou aà publicação e comentou: "Mal sabia ele que essa ganância ceifaria sua vida! Lamentável, que tristeza meu Deus, até quando?".