Urgente

Ocupação de UTI Covid-19 em BH está em 91% mesmo após abertura de novos leitos

Apesar de a PBH ter aberto no fim de semana mais dez leitos de UTI para pacientes com coronavírus, taxa de ocupação subiu de 87% para 91%

Por Lara Alves
Publicado em 06 de julho de 2020 | 14:47
 
 
 
normal

Apesar de a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ter inaugurado dez novos leitos de UTI entre sábado (4) e domingo (5), a taxa de ocupação nas unidades de terapia intensiva destinadas a tratamento da Covid-19 atingiu seu maior índice na cidade. Dado concedido com exclusividade pela subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros, na tarde desta segunda-feira (6) indica que 91% dos 345 leitos de UTI para pacientes com coronavírus estão ocupados na rede municipal – na sexta-feira passada (3), eram 87% dos 335 leitos. Esta é a maior taxa de ocupação desde o aparecimento do primeiro caso de Covid-19 em Belo Horizonte, ainda no mês de março.

A tendência também se repete em relação aos leitos disponíveis nas enfermarias dos hospitais públicos ligados ao município. Quatorze novos leitos deste setor puderam ser abertos pela Secretaria Municipal de Saúde no fim de semana. Entretanto, mesmo com o aumento na oferta de leitos, houve também crescimento na taxa de ocupação das enfermarias. Também na sexta-feira passada, a pasta somava 67% de ocupação dos 902 leitos de enfermaria existentes na rede de Belo Horizonte. Estatística desta segunda-feira referente a domingo (5) aponta que 72% dos 916 leitos de enfermaria estão ocupados – lembrando que 14 novos foram instalados nos últimos dois dias.

No podcast Tempo Hábil Entrevista: Como a pandemia do novo coronavírus é afetada pela crise das instituições

“O município vem incrementando leitos, e, de março até julho, constatamos um aumento de mais de 500% no número de leitos dedicados à Covid-19 no município. Somente neste final de semana, acrescentamos 24 novos leitos no município. Entretanto, a ocupação dos leitos aumenta a cada dia”, detalha a subsecretária. Belo Horizonte conta, hoje, com 1.261 leitos dedicados exclusivamente para atendimento de pacientes infectados com o coronavírus – entre UTI e enfermaria.

Contudo, a disponibilidade pode não ser o bastante para atender a demanda que cresce conforme também aumenta a quantidade de casos na capital mineira. Até 1º de junho, a cidade confirmou a existência de 1.882 moradores com a doença, número que subiu para 6.571 apenas um mês depois. Isso significa que 4.689 casos foram confirmados no período, cerca de 156 por dia. O número preocupa o município, que ainda na semana passada publicou um chamamento emergencial e extraordinário para contratação de leitos pertencentes a hospitais da rede privada

“Estamos acompanhando um quadro muito preocupante. Acionamos nosso plano de contingência a partir do momento que aumentou a necessidade da população. Estamos abrindo leitos para acompanhar a demanda assistencial. Justamente por isso publicamos um chamamento público para que os hospitais privados, através de uma seleção simplificada, possam ofertar leitos privados para a rede SUS-BH”, detalhou a subsecretária.

Respiradores e medicamentos

Os empecilhos para compra de respiradores no mercado necessários à montagem de leitos de UTI são de conhecimento público desde o aparecimento dos primeiros casos de coronavírus em Minas Gerais. O Estado adquiriu nas últimas semanas alguns respiradores e repassou os equipamentos para municípios onde a situação é mais preocupante. Entre sábado e domingo, Belo Horizonte recebeu alguns dos ventiladores encaminhados pelo governo, que já estão sob posse dos hospitais que conseguirão instalá-los para abertura de mais leitos.

“No final de semana, recebemos alguns respiradores do Estado. Dezoito foram repassados para a Santa Casa de Belo Horizonte e outros dez para o Hospital da Baleia. Estamos aguardando ainda a chegada de mais ventiladores e municiando os hospitais de forma que eles possam abrir mais leitos”, comunicou Taciana Malheiros. De acordo com a subsecretária, apenas nestes primeiros seis dias do mês, 14 leitos de UTI foram abertos, além de outros 128 de enfermaria.

Um alerta que se acendeu recentemente entre hospitais, tanto da rede pública quanto particular, refere-se à dificuldade para compra de medicamentos como relaxantes musculares, anestésicos e remédios para sedação no mercado. A preocupação não está distante dos hospitais ligados à rede SUS de Belo Horizonte. Entretanto, segundo a subsecretária, uma doação feita pela Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma) à Secretaria Municipal de Saúde permitiu um alívio à situação de algumas unidades públicas de saúde.

“Nós fizemos uma análise junto a nossos hospitais e os da rede SUS no fim do mês de junho e percebemos, sim, uma falta de anestésicos e outros medicamentos em vários hospitais. A rede municipal tem seu próprio suprimento, e uma doação que recebemos nos permitiu compartilhar 3.000 ampolas desses medicamentos com alguns hospitais de BH, como a Santa Casa e o São Francisco”, esclareceu.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!