Oito funcionários da Vale foram presos na manhã desta sexta-feira (15) em uma operação que investiga a responsabilidade criminal pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Sete prisões foram efetuadas em Belo Horizonte e uma em Itabira.

São eles: 

  • Joaquim Pedro de Toledo, gerente de Execuções de Planejamento da Vale
  • Renzo Albieri Guimarães Carvalho
  • Cristina Heloíza da Silva Malheiros
  • Artur Bastos Ribeiro, técnico da área de inspeção e monitoramento de barragem e pilha da mina do Córrego do Feijão
  • Alexandre de Paula Campanha, gerente executivo Coporativo da Vale
  • Marilene Christina Oliveira Lópes de Assis Araújo
  • Hélio Márcio Lópes da Cerqueira, engenheiro geotécnico da Vale
  • Felipe Figueiredo Rocha

Nenhum deles estava entre os cinco funcionários presos no final de janeiro, e já soltos, no dia 7 de fevereiro.

Na manhã desta sexta-feira, são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e oito de prisão.

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, os oito investigados presos são funcionários da mineradora, dentre eles, quatro gerentes – dois deles, executivos – e quatro integrantes das respectivas equipes técnicas. Segundo o órgão, todos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem.

Eles foram detidos em suas casas e devem ser ouvidos ainda na parte da tarde pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). 

Quatro funcionários da empresa alemã TÜV SÜD também foram alvos de busca e apreensão, em São Paulo e Belo Horizonte. Um deles é diretor, outro gerente e outros dois integrantes do corpo técnico da companhia estrangeira, a qual prestou serviços para a Vale referentes à estabilidade da barragem rompida.Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na sede da empresa Vale, no Rio de Janeiro.

Os documentos e provas apreendidos serão encaminhados ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais para análise.

As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias, tendo em vista fundadas razões de autoria ou participação dos investigados na prática de centenas de crimes de homicídio qualificado, considerados hediondo. Todos os presos serão ouvidos pelo Ministério Público Estadual, em Belo Horizonte. Também são apurados crimes ambientais e de falsidade ideológica.

Segundo o delegado Bruno Tasca, chefe do Departamento Estadual de Meio Ambiente. Ao todo, nove mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em Minas Gerais.

Entre os materiais apreendidos estão documentos da empresa, computadores, celulares e dispositivos informatizados como pendrives e HD.

Os oito suspeitos podem responder por crimes ambientais e por eventual crime de homicídio qualificado, uma vez que as vítimas não tiveram defesa. Os mandados foram expedidos pelo juiz Rodrigo Heleno Chaves, da 2ª Vara desta Comarca de Brumadinho.

O pedido foi formulado pelo Ministério Público Estadual por intermédio da Promotoria de Justiça da Comarca de Brumadinho, da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO e do Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público - GEPP, no âmbito de força-tarefa.

A operação contou com o apoio das Polícias Militar e Civil do Estado de Minas Gerais e, ainda, com atuação dos Ministérios Públicos dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.