Tragédia

Operário que ficou soterrado em obra na rua Piauí é retirado sem vida

A falta de um equipamento de proteção individual (EPI) pode ter provocado o soterramento do funcionário que cavava um tubulão

Por Clarisse de Souza e Natália Oliveira
Publicado em 05 de dezembro de 2018 | 16:27
 
 
 
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Depois de seis horas de trabalho, o Corpo de Bombeiros, resgatou, na tarde desta quarta-feira (5), o corpo do funcionário de uma obra que morreu soterrado na rua Piaui, no bairro Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

A vítima, de 37 anos,  ficou soterrada em três metros de profundidade após um deslizamento de terra.  A falta de um equipamento de proteção individual (EPI) pode ter provocado o soterramento do funcionário que cavava um tubulão

Segundo o agente da Defesa Civil, Marcos Vinicios Vitório, uma espécie de tela que impediria que a terra cedesse durante a escavação não era utilizada no tubulão em que o homem trabalhava. 

Para encontrar o trabalhador, os bombeiros fizeram uma escavação e utilizam a técnica de rapel para tentar chegar até ele. 

Dezessete bombeiros em quatro viaturas trabalharam na retirada de terra para tentar chegar até a vítima. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também faz um apoio no local. 

A Defesa Civil interditou a obra e notificou os responsáveis a elaborar e apresentar laudo de estabilidade e plano de ação para continuidade da obra. As causas do acidente serão definidas pela perícia da Polícia Civil.

Funcionários precisaram ser contidos pela PM

Após o deslizamento de terra e soterramento do funcionário, os outros operários que trabalhavam no local queriam ajudar os bombeiros no resgate. Por causa disso, a Polícia Militar foi acionada para o local para dar apoio nas buscas.

Construtora Terrazzas

Em nota, a Construtora Terrazzas lamentou o ocorrido. Confira o comunicado na íntegra.

Em relação a informações divulgadas sobre acidente ocorrido ontem (5 de dezembro) em uma obra no bairro Funcionários, a construtora esclarece o seguinte:

 - todos os equipamentos de proteção, individuais e coletivos, estavam sendo utilizados pelos trabalhadores que atuavam na escavação —seguindo as normas regulamentadoras NR6, NR18 e NR33—,  conforme foi atestado pelas autoridades competentes presentes no local;

 - não houve tráfego de máquina pesada perto do local do acidente, o que foi confirmado pelos profissionais responsáveis e demais trabalhadores presentes na obra;

 - diferentemente do que foi veiculado, não era exigida a utilização do “encamisamento” durante a escavação, conforme projetos, relatórios técnicos e laudo de estabilidade do solo.

 Portanto, o que houve foi uma fatalidade, pois, infelizmente, o risco é inerente à atividade da construção. No entanto, a construtora ressalta que mantém rigorosa política de segurança e bem-estar de todos os colaboradores, diretos ou indiretos. Ao longo dos últimos 15 anos, consolidou-se como uma das referências em segurança do trabalho no setor da Construção Civil, a partir de um rigoroso controle da utilização correta de todos os equipamentos de proteção e adoção de práticas e iniciativas inovadoras. Em relação ao acidente, a equipe técnica da empresa está prestando todas as informações às autoridades competentes para a rápida apuração do caso.

 A empresa informa que lamenta profundamente o acidente que, infelizmente, vitimou o profissional Cleiton Pereira da Silva, contratado de uma prestadora de serviços. Afirma também que mantém seu compromisso de prestar amparo necessário à família da vítima neste momento tão difícil. A empresa está em luto e agradece as manifestações de solidariedade que está recebendo.

Construtora Terrazzas
 

 

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