Quase seis meses após a morte da advogada Monalisa Camila da Silva, 36 anos, assassinada a facadas em 24 de julho do ano passado, a justiça ainda não definiu a data e tipo de julgamento de Flávio Santos da Silva, de 38 anos, suspeito de ter cometido o crime.
A audiência de instrução sobre o caso é realizada na tarde desta segunda-feira (21), no Forum Lafayette, no Barro Preto, região Centro-Sul da capital, e deverá contar com dez depoimentos, entre oito testemunhas de acusação, uma de defesa e do próprio réu.
Antes do início da audiêcia, cerca de 30 familiares e amigos se reuniram na porta do fórum, vestindo camisas com a foto da advigada e carregando placas com frases como "basta de violência", em um protesto silencioso por justiça.
De acordo com Nicole Gásparo, advogada da família de Monalisa, os parentes da vítima temem que o homem possa responder e liberdade. "Não é algo impossível já que além de ter confessado o crime, ele é réu primário e tem residência fixa. A irmã da Monalisa tem medo de que, respondendo em liberdade, ele cumpra ameaças que vinha fazendo a mãe delas, a quem culpa pelo fim da relação", revelou.
Desde a morte da advogada, Silva segue preso em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, não há previsão do horário do término da audiência.
Silva foi preso no dia morte de Monalisa, após confessar ter atacado a ex-mulher a facadas. O casal teve um relacionamento durante 15 anos e um filho da mesma idade.
Segundo testemunhas, o suspeito nunca trabalhou, fazia uso de bebidas alcoólicas e era usuário de drogas, o que teria motivado a separação do casal.
Descontente, o acusado fez diversas ameaças à vítima. Esse comportamento levou Monalisa a denunciar o comportamento agressivo de Silva à polícia. Ela conseguir uma medida protetiva contra o ex, 19 dias antes de ser morta.