Quatro homens foram presos e mais de 4.000 pinos de cocaína foram apreendidos na manhã desta sexta-feira (26) no bairro Cabana Pai Tomás, na região Oeste de Belo Horizonte. Um suspeito, que seria o gerente da boca e proprietário da droga, ainda é procurado pela corporação. 

Os homens seriam olheiros e vendedores da boca, localizada no Beco Chapinha. Dois dos suspeitos tentaram fugir pulando de casa em casa ao notarem a chegada da PM, mas foram presos em seguida. Os 4.020 pinos de cocaína foram localizados em um barraco próximo ao local. 

De acordo com o sargento Gilvan Fonseca, da companhia do Tático Móvel do 5° Batalhão da Polícia Militar, apreensão é fruto de patrulhamento. “Tivemos a informação de que lá no local ocorre o tráfico de drogas e resolvemos fazer a operação. De imediato vimos os quatro elementos em atitude suspeita. A carga estava armazenada dentro de um imóvel desocupado. No local tinha o documento do suspeito foragido. Eles falam que são usuários, que foram buscar droga, mas estavam com finalidade de atrapalhar o serviço da Polícia Militar”, disse.

Dos quatro suspeitos, pelo menos dois deles já tiveram passagens por tráfico de drogas. Os quatro, contudo, negam serem vendedores e olheiros da boca e dizem que não têm conhecimento sobre os 4.020 pinos de cocaína. “Eu estava passando para ir pra minha casa e eles deram voz de prisão pra outro menino. Eu não cheguei nem a correr, respeitei a abordagem deles tranquilo, levantei a camisa para mostrar que eu não tinha nada. Eu tinha acabado de sair da padaria, comprei um cigarro. Eu não estou envolvido com nada. Eu era bicho solto. Já zoei a treta quando era menor, mas agora eu sou de maior e tenho limite do que eu faço. Os traficantes eles não pegam, não. Eles pegam é inocente”, afirmou um dos presos, de 19 anos.

“Eles pegaram a gente e bateram. Eles querem pegar trabalhador porque bandido eles não estão conseguindo pegar. Eu trabalho com caminhão. Hoje eu tinha que descarregar caminhão porque sou ajudante do meu tio. Essas drogas não são minhas nem de ninguém aqui, não. Já fui preso por tráfico de drogas. Mas a justiça vem na hora certa e isso aí está errado”, disse um dos jovens detidos, de 25 anos. 

Já os outros dois presos, de 26 e 27 anos, assumem que são, respectivamente, vendedor e usuário, mas negam serem proprietários da droga apreendida. 

“Eu estava subindo pra pegar um bagulho pra eu fumar. Tinha acabado de servir do serviço. De repente um monte de gente correndo. Eu ia ficar parado? Eu saí da frente deles. Por mais que não estou envolvido, quando pegam a gente, você acha que querem saber?”, questionou o preso de 27 anos. 

“Eu já vendi drogas, mas essa droga não tem nada a ver com nós. O que tinha comigo eram 20 pinos de cocaína. Esses pinos já estavam com eles, estão forjando. Onde já se viu você ficar numa boca de fumo, vender droga, ficar com cinco mil pinos na boca? Como vai ficar com uma sacola daquele tamanho? A gente faz isso porque vai procurar emprego e não consegue. É dificuldade. Necessidade mesmo”, disse o preso de 26 anos, quando questionado da razão pela qual vende drogas. 

O caso foi encerrado na Delegacia de Plantão do Barreiro, da Polícia Civil, que agora assume o caso.