Depois de ouvir 14 pessoas, entre testemunhas e suspeitos, a Polícia Civil de Minas concluiu a primeira fase do inquérito e definiu a autoria, a participação e delimitou as funções de cada envolvido no ataque a um casal de policiais militares em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Três suspeitos presos foram autuados, duas vezes por latrocínio tentado conjugado com associação criminosa, pena que pode chegar a mais de 30 anos. Eles ainda poderão responder por outros crimes, dependendo do depoimento das vítimas que permanecem internadas. Outros três suspeitos morreram em confronto com a PM.
Ao contrário do que imaginava a polícia, um dos mortos não participou da ação criminosa no sítio, mas faz parte da quadrilha, segundo o coronel Eduardo Felisberto Alves, comandante da 2° Região da Polícia Militar, e reagiu atirando durante a abordagem policial. A morte desse homem será investida pela PM e Ministério Público.
O último a ser preso, na terça-feira (7), foi Wendel Júnior Figueiredo, que completou 18 anos no dia 17 do mês passado.
Ele confessou ter participado do assalto que teve como vítimas o coronel da reserva, de 50 anos, e a mulher dele, a cabo, de 34 anos. Os dois foram amarrados, torturados e baleados. A violência aconteceu das 22h de domingo até 0h19 de segunda-feira, em um condomínio residencial de Igarapé. Onde fica o sítio das vítimas, que foram socorridas em estado grave.
Também estão presos os suspeitos Diego Mateus de Oliveira Santana, de 23 anos, e Wendel Oliveira Silva Rodrigues, de 22 anos. Eles confessaram que a sessão de tortura começou quando entraram no sítio para roubar e descobriram que o casal era policiais militares, que o ataque bárbaro teve motivação profissional. Eles também queriam saber se os PMs tinham armas em casa.
A cabo está em estado grave no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, e o coronel perdeu um dos olhos.
Segundo o delegado Marcus Vinicius, que não citou nomes dos suspeitos, foi definida a autoria do líder da quadrilha, que abordou as vítimas, escolheu o local para cometer os crimes, convocou executores, vendeu a mercadoria roubada e dividiu o dinheiro entre o grupo.
Um outro suspeito ficou encarregado de dirigir o Fiat Palio usado na ação, como também em vários outros assaltos cometidos anteriormente. Inclusive, os presos confessaram o arrombamento na mesma região onde atacaram o casal se PMs, momentos antes.
"Identificamos quem portava armas, quem subtraiu o veículo das vítimas, quem incendiou o veículo, quem subtraiu os celulares das vítimas", disse o delegado.