A Polícia Civil conseguiu localizar e fechar um minilaboratório de drogas que era mantido em um apartamento no Barro Preto, na região Centro Sul de Belo Horizonte. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10), a corporação informou que o morador do imóvel, de 26 anos, negociava venda dos entorpecentes por Whatsapp e tinha um "selo de qualidade". Nos comprimidos dele era estampado um símbolo de "Justiceiro".

A investigação começou há mais de um ano. "No ano passado conseguimos apreender mais de dez mil comprimidos desse Justiceiro. Por muitas vezes, enquanto estávamos combatendo o tráfico de drogas sintéticas, a gente achava essa droga em raves e outras festas noturnas. Até então, não tínhamos chegado ao produtor, que foi preso na última semana", explicou o investigador Gabriel Gonçalves de Jesus. 

Ainda conforme o polícia, os usuários tinham preferência pela droga, rejeitando outras marcas. "A droga era fabricada no apartamento dele e ele vendia menores quantidades para pessoas próximas e grandes quantidades para revendedores no Estado. Apesar de não ter formação, a escola da vida fez ele ter uma experiência para essa produção", detalhou o investigador. 

No apartamento foram localizados um equipamento de prensa, comprimidos de ecstasy, vários corantes e um caderno de anotações.

O homem, que já tinha antecedentes criminais por tráfico de drogas, assumiu a posse dos materiais, mas não deu nenhum detalhe do esquema. À polícia, ele disse que tem como trabalho a criação de cachorros. 

"Acreditamos que ele faça esse comércio há cerca de dois anos, e poderia tirar até R$ 50 mil por mês. Não podemos afirmar por quanto ele vendia cada comprimido porque dependia se era a unidade ou grande quantidade, mas poderia variar entre R$ 10 e R$ 20".

Corantes

O homem ainda usava corantes durante a produção dos comprimidos. "Eles prceberam que entrar no país pelos aeroportos estava sendo mais dificil. Então começaram a entrar com líquido e conseguiam a matéria prima aqui e transformavam em comprimidos de ecstasy. Com isso, ele misturava as duas substâncias, escolhia a cor e colocava a marca", disse Gabriel.

Novidade para a polícia

O investigador também destacou que os criminosos vão modificando a forma de agir de acordo com a investigação da polícia. "Imaginávamos que essa droga poderia ser produzida próximo de Belo Horizonte, mas a audácia da produção na localidade onde foi encontrada - em um apartamento na avenida Augusto de Lima, próximo ao fórum, onde circulam muitos policiais pela área - nos surpreendeu", finalizou o investigador.