Investigações

Polícia recebe nova denúncia e suspeitas de estupro no Magnum chegam a três

No terceiro registro, um quartinho com cama é apontado como local onde os abusos aconteciam; um professor também teria participado dos estupros

Por Lara Alves
Publicado em 09 de outubro de 2019 | 09:10
 
 
 
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Mais uma criança, esta com 4 anos, pode ter sido vítima de abusos sexuais supostamente cometidos por um auxiliar do professor de educação física no Colégio Magnum, unidade Cidade Nova, na região Nordeste de Belo Horizonte. Um pai registrou a denúncia na polícia nessa terça-feira (8) e, com seu depoimento, o número de vítimas de estupro pode até chegar a cinco – além de seu filho e das crianças cujas famílias já denunciaram a violência, outras dois alunos também são citados como abusadas pelo suspeito.

Pela primeira vez desde que o escândalo veio a público, o depoimento de um pai contém novos elementos que podem auxiliar nas investigações: um segundo suspeito, um professor do colégio, também teria participado dos estupros. E um quartinho com cama, ainda nas dependências da escola, aparece como o lugar onde os abusos aconteciam. 

O Colégio Magnum foi procurado às 8h40 desta quarta-feira (9) para explicar se este cômodo realmente existe na instituição e comentar o possível envolvimento de um segundo funcionário nos casos de estupro, mas ainda não se pronunciou a respeito. 

Em entrevista exclusiva à reportagem da Rádio Super (91,7) e a O TEMPOo auxiliar do professor de educação física, primeiro apontado como suspeito de estuprar os meninos, negou qualquer participação nos crimes

Novo crime denunciado

Logo que a primeira mãe denunciou à polícia o estupro sofrido por seu filho de 3 anos, muitos pais com crianças matriculadas nas turmas atendidas pelo assistente procuraram conversar com elas para entender se também foram vítimas. Assim, surgiu a segunda denúncia, também de uma mãe que aponta o funcionário como suspeito de estuprar seu filho, outro menino também com 3 anos

A terceira acusação, feita à Polícia Civil na tarde dessa terça-feira (8), contém elementos muito semelhantes aos das duas primeiras. O pai contou ter questionado seu filho há alguns dias a respeito de agressões que poderiam ter sido sofridas. Contudo, a criança de 4 anos não ofereceu qualquer indício de ter sido vítima dos abusos sexuais. 

Contudo, na reunião entre escola e pais na segunda-feira (7), uma das mães denunciantes contou a este pai que seu filho também teria sido vítima.

O segundo menino de 3 anos, supostamente estuprado pelo assistente, contou à mulher que o suspeito e um segundo professor o levavam a um quartinho com cama, junto do menino de 4 anos e outras duas crianças. Essas ainda não haviam sido citadas em outros registros policiais. Por isso, o número de casos de estupro no colégio pode chegar a cinco. 

Nesse cômodo, ainda segundo o menino de 3 anos contou à mãe, os adultos pegavam nas partes íntimas das crianças, e umas eram incentivadas a encostar nas outras. Além disso, o assistente também teria beijado o pênis dos garotos. 

Investigação

O caso está sob sigilo e é investigado pela 2ª Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad). A Polícia Civil informou que não pode confirmar nada até o momento, mas emitiu a seguinte nota: 

"As investigações iniciadas na última sexta-feira (4/10) continuam. Neste momento, as equipes estão nas ruas buscando mais informações. As escutas qualificadas também estão acontecendo e, até o momento, 18 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil. Insta ressaltar que, como se tratam de depoimentos de crianças, os trabalhos demandam mais tempo, podendo durar horas. Outras informações serão repassadas no final da tarde, porém, detalhes das investigações, somente no final do inquérito, que ainda não tem prazo para ser concluído".

Escuta qualificada, segundo a corporação, é o depoimento das crianças colhidos por equipes multidisciplinares para evitar que elas sejam obrigadas a reviver a violência e que isso cause mais traumas. 

Saiba o que diz o Magnum sobre o caso:

É falsa a informação de que mais de um colaborador da escola foi afastado. A direção não recebeu nenhum comunicado das autoridades sobre outros colaboradores citados na investigação.

Na última semana, a medida do afastamento se fez necessária para preservar a integridade de todos os envolvidos e a transparência da apuração do caso.

A todo momento, desde que teve conhecimento do caso, a escola tem tomado todas as providências necessárias para auxiliar na apuração. Continuaremos com a nossa conduta responsável, sem expor nomes, dando assistência jurídica e psicológica para todos os envolvidos. Neste momento, o inquérito tramita sob sigilo, e a escola respeita essa orientação.

Reafirmamos que o afastamento do colaborador, na última semana, visou preservar a integridade de todos os envolvidos e a transparência da apuração do caso. Em relação às suposições ocorridas hoje, a escola atesta que não recebeu nenhum comunicado dos órgãos oficiais e que os boatos sobre as instalações internas não procedem.

É importante ressaltar que as autoridades envolvidas estão muito dedicadas no esclarecimento do caso e isso nos traz esperança de que, logo, a verdade virá à tona. A escola lamenta a ocorrência de falta de conduta ética por algumas pessoas nas redes sociais e em outros meios. Afinal, vidas estão sendo expostas sem que a investigação tenha sido concluída.

Atualizada às 11h16. 

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