Os quatro policiais civis paulistas envolvidos em um tiroteio que resultou na morte de um agente da Polícia Civil na última sexta-feira (19), em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva - sem prazo definido. 

A decisão foi proferida pelo juiz Paulo Tristão durante audiência de custódia na tarde desse domingo (21), no Fórum Benjamin Colucci, em Juiz de Fora.

Os dois delegados e dois investigadores presos foram encaminhados para uma ala especial da Penitenciária Nelson Hungria, na região metropolitana da capital, na manhã desta segunda-feira (22). Os policiais presos são Jorge Alexandre Barbosa de Miranda, Caio Augusto Freitas de Lira, Bruno Martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa.

Outras duas pessoas envolvidas no crime, um empresário e um comerciante, também tiveram a prisão em flagrante convertida para temporária.

O empresário mineiro teve alta do hospital nesta segunda e foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora. Ele é dono das notas falsas encontrados com os policiais civis.

O comerciante passou por cirurgia e está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Monte Sinai em Juiz de Fora, com quadro de saúde grave.

O que muda

Com a prisão preventiva não há um prazo para que eles sejam soltos. Já a prisão em flagrante ou temporária tem prazo de duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco, de acordo com a Lei 7.960/89.

O crime 

De acordo com a polícia mineira, a confusão aconteceu quando agentes mineiros chegaram até o estacionamento de um conjunto de consultórios no bairro Dom Bosco, onde os policiais de São Paulo estariam à paisana e armados.

Segundo o delegado Carlos Roberto da Silveira, chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, os agentes mineiros abordaram o grupo para saber o que estaria acontecendo e o motivo pelo qual eles estariam armados.

Nesse momento, outro grupo de policiais paulistas que estariam na retaguarda se aproximaram e, na confusão, houve troca de tiros. O policial civil mineiro Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu no tiroteio. 

Os policiais civis paulistas davam cobertura a uma transação possivelmente ilegal entre dois empresários. Essa é, até agora, a linha de investigação da equipe da Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária da cidade mineira que apura o confronto.

Outros cinco policiais paulistas foram ouvidos e liberados, mas a conduta deles ainda é investigada. Três policiais mineiros foram indiciados por prevaricação, por terem conhecimento da operação ilegal e não tomarem medidas, mas podem responder por outros crimes, pois também continuam sendo investigados. 

(Com informações de Estadão Conteúdo)